Os policiais rodoviários federais envolvidos na abordagem que provocou a morte de Genivaldo Santos, na BR-101 em Umbaúba prestaram depoimento na sede da Polícia Federal, em Aracaju, nesta segunda-feira (6). Eles foram ouvidos separadamente, por pouco mais de três horas cada um. O terceiro policial deve ser ouvido nesta terça (7).

Segundo o advogado de defesa dos policiais, Glover Castro, os agentes já haviam sido ouvidos pela Polícia Federal no dia 26 de maio, por um delegado de plantão, e hoje eles estão sendo ouvidos mais uma vez para esclarecer alguns pontos.

“Eles estão colaborando respondendo a todos os questionamentos da autoridade policial, infelizmente não posso passar maiores detalhes porque o inquérito que está em segredo", disse.

Ainda de acordo com Glover, os depoimentos estão sendo realizados de forma individual. Ele comentou também que os envolvidos lamentam o ocorrido. "São pessoas que têm uma carreira na Polícia Rodoviária Federal, têm famílias. Ninguém imaginava chegar a esse ponto”.

Os agentes foram identificados em reportagem do Fantástico como Kleber Nascimento Freitas, Paulo Rodolpho Lima Nascimento e William de Barros Noia. A investigação é sigilosa.

A advogada da família de Genivaldo, Monaliza Batista, afirmou que teve acesso ao processo, mas não pôde acompanhar os depoimentos dos suspeitos porque o delegado da PF indeferiu o pedido. Uma nova solicitação será feita para ter acesso ao material.

“Foi nos fornecido o inquérito e imposto o sigilo, o que entendemos que nesse caso não precisa de sigilo. Vamos verificar essa questão do sigilo”, explicou.

Este é o quinto dia de depoimentos sobre o caso. Na última sexta-feira, dois policiais rodoviários federais que assinaram o Boletim de Ocorrência, mas não participaram da abordagem, prestaram depoimento sobre o caso.

As oitivas começaram na terça-feira (31), quando foram ouvidos familiares e pessoas que testemunharam a abordagem. Na quarta, o delegado responsável pela investigação ouviu funcionários da unidade de saúde que atendeu Genivaldo. Já nesta quinta, foram ouvidos comerciantes que trabalham nas proximidades do local onde aconteceu a abordagem.

Procuradores do Ministério Público Federal em Sergipe acompanham as oitivas. A procuradora-chefe do órgão, Eunice Dantas, disse que a prisão preventiva dos policiais suspeitos pelo crime "é uma medida excepcional".

Pedido de Prisão

Também nesta segunda-feira, a defesa da família de Genivaldo pediu à Justiça Federal a prisão preventiva dos três agentes investigados no caso.

Segundo o advogado Ivis Melo, o pedido foi feito com base em fraude processual, uma vez que o conteúdo do Boletim de Ocorrência registrado pelos policiais não confere com as imagens que repercutiram sobre o fato.

Fonte: G1se