O estado de Sergipe e Aracaju voltarão a apresentar novas reduções nos dados sobre os crimes violentos em 2019. É o que já sinaliza a Coordenadoria de Estatísticas e Análise Criminal da Secretaria da Segurança Pública (Ceacrim/SSP) a pouco mais de um dia para o fim do ano. No comparativo de 2019 com o ano em que houve a maior taxa de homicídios em Sergipe, 2016, pelo menos 541 vidas foram preservadas.

Até o momento, foram computadas 765 mortes por homicídios em 2019 no estado. Há três anos, esse número chegou a 1.306 casos, provocando uma alta taxa de mortes em Sergipe. Diante desse comparativo, a redução no estado tendo como base 2016 é de 41,4%. Com relação a Aracaju, o número é ainda mais consistente: foram 414 mortes por homicídios em 2016 e em 2019 o número chega a 170 casos, o que gera uma redução em três anos de 58,9% na capital sergipana. 

Segundo o escrivão da Polícia Civil Sidney Teles, diretor do Ceacrim, Sergipe terá uma diminuição entre 17% e 19% nos casos de homicídios dolosos no comparativo com 2018, ano que já apresentou para o Fórum Brasileiro da Segurança Pública uma redução consistente. Os números estão sendo divulgados periodicamente pelo Monitor da Violência do Portal G1, com o respaldo e análise do Fórum Brasileiro da Segurança Pública e o Núcleo de Estudos da Violência da USP. 

O secretário da Segurança Pública, João Eloy, atribui o declínio nos últimos três anos dos casos de violência a ideal integração entre as forças da Segurança Pública, incluído o importante trabalho realizado pela Coordenadoria Geral de Perícias Cogerp. E as reduções atestam que as estratégias definidas pela Secretaria da Segurança Pública estão dando certo. No último levantamento feito pelo Ipea, com a divulgação do Atlas da Violência, os estudiosos fizeram uma avaliação que já definia a tendência de queda em Sergipe.

“Devido ao patamar de mortes atipicamente alto em 2016, observou-se uma redução das mortes no último ano. Uma explicação alternativa passa pelo amadurecimento da reorganização do trabalho policial levada a cabo desde 2015, quando se passou a promover maior articulação das agências policiais (SSP, PM, especializadas, DHPP, etc.) e uso de indicadores estatísticos e análise criminal para a construção de diagnósticos locais sobre a dinâmica da violência”, ressaltou o Instituto de Pesquisa.

O secretário da Justiça e Cidadania, Cristiano Barreto, também explica que a queda tem muita relação com a estabilização do sistema prisional no estado. “Passa muito por identificar os líderes de grupos criminosos e a influência que eles têm na determinação de mortes. A grande taxa de crimes violentos passa pelo crime organizado e a capacidade que os integrantes têm de influenciar a criminalidade nas ruas do estado”, afirmou Cristiano Barreto.

SSP