Egressa da Unit agora de dedica às pesquisas para identificação do novo coronavírus
Semelhanças entre vírus da zika, dengue e Chikungunya, transmitidas por mosquito, que provocam doenças com sintomas parecidos e um diagnóstico muitas vezes baseado em palpite. Esse foi o desafio da biomédica Ticiane Santa Rita, 29 anos, egressa da Unit e hoje cientista do Setor de Pesquisa & Desenvolvimento do Laboratório Sabin Medicina Diagnóstica que apresentou um teste capaz de identificar a doença ainda em fase aguda, enquanto o vírus está se replicando. A descoberta é pontual na prevenção de complicações do quadro clínico do paciente.
“Fazer algo que tenha impacto social é a melhor recompensa”, disse Taciane que agora se dedica, a exemplo de diversos laboratórios, à criação de um teste que possa identificar o novo coronavírus (Covid-19).
“O surto dos vírus da zika, dengue e chikungunya no Brasil, em meados em 2016, me possibilitou aprender a desenvolver exames moleculares para doenças emergentes de modo geral. Então, desenvolver um exame para detectar o coronavírus de forma prática e que atenda a população rapidamente, é sem dúvidas, uma grande conquista”, afirmou.
Ainda na academia, Ticiane Santa Rosa já demonstrava inclinação para pesquisa. Durante a graduação foi bolsista do Instituto de Tecnologia e Pesquisa, quando teve o primeiro contato com a pesquisa científica. Fez estágios extra curriculares, por três anos, nas áreas laboratorial e hospitalar, imagenologia e medicina nuclear. O foco inicial do Estágio Supervisionado II, era na área de Medicina Nuclear, por isso procurou estágio fora do Estado pois queria vivenciar novas experiências, no entanto, não teve retorno das clínicas.
“Nesse período, o professor Malone Pinheiro, coordenador de estágio, que me auxiliava nessa busca por uma colocação, conseguiu vaga na área de Biologia Molecular no Laboratório Sabin, em Brasília, que mantinha convênio com a Unit”, revelou.
Ticiane confessa que ficou apreensiva pois não era exatamente a área que buscava, mas aceitou o desafio, afinal, segundo ela, era uma oportunidade ímpar por inúmeros motivos. “Seria uma formação diferenciada devido a biologia molecular trabalhar com inúmeras aplicações desde a detecção de doenças infecciosas, estudos de vínculo genético, pesquisa de mutações, análises que envolvam diagnóstico pré-natal não invasivo, bem como pesquisa científica. Além disso, a possibilidade de aprender técnicas pouco desempenhadas em Sergipe à época, em um laboratório de referência que tem um potencial significativo de crescimento no Brasil”.
O estágio curricular abriu inúmeras portas na promissora carreira profissional da sergipana. Após concluir a graduação, em 2011, aos 21 anos, ingressou no mestrado em Ciências da Saúde, pela Universidade de Brasília (UnB). Em 2014, aos 28 anos, finalizou o doutorado na mesma universidade e foi contratada pelo Laboratório Sabin como pesquisadora da equipe Pesquisa & Desenvolvimento, que atua na validação de ensaios moleculares e executa pesquisas nas áreas de Patologia Molecular e Ciências Forenses. Nesse mesmo ano, foi premiada no congresso internacional DNA in Forensics pela criação de um exame que permite identificar a paternidade de um feto masculino a partir do sangue da mãe.
“A minha formação na Universidade Tiradentes me permitiu galgar novos horizontes na minha carreira profissional. Sinto-me bastante feliz e realizada em ter aceitado o desafio que o estágio curricular me proporcionou, pois essa experiência definiu o que faço hoje. Sem dúvidas é um grande diferencial na nossa graduação”, concluiu.
Assessoria