A lei nº 11.796, de 29 de outubro de 2008, instituiu o Dia Nacional dos Surdos, em 26 de setembro. A data é uma homenagem à criação da primeira Escola de Surdos do Brasil, em 1857, na cidade do Rio de Janeiro, que atualmente é conhecida como INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos).
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – cerca de 10 milhões de pessoas, ou seja, 5% da população brasileira é surda. Christian de Andrade, acadêmico do curso de Educação Física da Universidade Tiradentes é uma delas. Durante a gestação, sua mãe teve rubéola fazendo com que ele tivesse a perda auditiva.
“A data é muito relevante para lutar e quebrar tabus. Acredito que temos muito que avançar para nos tornarmos uma sociedade mais consciente e quebrar a grande barreira linguística que existe apesar das conquistas. É importante para que a sociedade perceba que nós surdos somos capazes e não queremos que nos vejam como coitados”, declara Christian.
Mesmo diante de muitos desafios, Christian ingressou no ensino superior. O Ministério da Educação identificou 5 978 pessoas com deficiência auditiva sendo 2 235 surdas. Desse total, em torno de 5% chegam ao ensino superior.
“A Universidade Tiradentes tem essa aceitação e esse respeito comigo. Existe essa pluralidade para os deficientes visuais, cadeirantes, prestando essa acessibilidade, aceitação e respeito pela diversidade”, comenta o aluno. Para auxiliar os acadêmicos com algum tipo de deficiência, a Unit conta com o Núcleo de Apoio Pedagógico e Psicossocial.
“Eu já sabia que a Unit contava com toda estrutura, além dos intérpretes que é muito importante para a minha acessibilidade. Durante as aulas, o professor passa o conteúdo e o intérprete faz essa interpretação para que eu tenha acesso ao conhecimento”, complementa.
Para o docente da Unit, Marcelo Rezende, a interação traz muito aprendizado. “É uma felicidade muito grande. A gente sempre fala que o professor aprende constantemente e estou aprendendo. O Christian nos traz esse aprendizado e, nós, enquanto docentes temos que estar abertos a essas novas experiências. Além disso, é um desafio nosso participar desse processo de ensino-aprendizagem e observar o acadêmico desenvolvendo suas atividades”, enfatiza.
Segundo a coordenadora do Núcleo de Apoio Pedagógico e Psicossocial – NAPPS – é importante falar sobre a inclusão de pessoas com deficiência no ensino superior. “O assunto é relevante para reduzir as barreiras sejam comunicacionais ou atitudinais. É preciso dar visibilidade além de efetivar o que está garantido pela lei brasileira de Inclusão, Lei n.13.146 de 6 de julho de 2015”, frisa. Desde 2010, o setor atende pessoas surdas e conta com quatro intérpretes de libras.
“Não é apenas a existência do intérprete de Libras, mas a interação destes com os docentes e discentes, gerando mudanças atitudinais. Além disso, nossos intérpretes atuam em eventos institucionais e nos eventos em que a instituição de ensino é parceira. Temos também uma psicopedagoga que faz a discussão quanto aos aspectos metodológicos que favoreçam o processo de aprendizagem dos alunos”, salienta.
A colaboradora da Unit e especialista em Tradução e Interpretação de Libras e colaboradora da Unit, Elisana Alves, acredita que seu trabalho faz toda a diferença para os acadêmicos.
“Considero o meu trabalho de grande importância pois fazemos a mediação entre o professor - aluno surdo e vice-versa, alunos ouvintes – surdos”, assegura.
“O mais gratificante é poder possibilitar a interação dos surdos tanto com os alunos quanto com o professor e saber que através da interpretação ele se faz entender, ou seja, proporcionar acessibilidade linguística que os surdos tanto lutaram para conseguir e ainda tem tanto a conquistar”, finaliza a intérprete.
Fonte: Assessoria de Imprensa | Unit