A pandemia destacou a importância da conectividade. Durante esse período, muitos estudantes do Norte e Nordeste perderam um ano de aprendizado devido à falta de acesso à internet 

O Brasil está avançando significativamente na redução da desigualdade digital e na promoção da inclusão social nas regiões Norte e Nordeste. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou o programa "Escolas Conectadas", com o objetivo de fornecer internet banda larga a 1.396 escolas públicas nessas áreas, beneficiando aproximadamente 500 mil alunos.

Garantir acesso universal à internet significa assegurar que todos os indivíduos, independentemente de sua localização ou condição socioeconômica, possam se conectar à rede mundial de computadores. No Brasil, essa necessidade é particularmente urgente nas regiões Norte e Nordeste, onde a conectividade escolar é deficiente. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 20% dos brasileiros ainda não têm acesso regular à internet, com essa carência sendo mais pronunciada em áreas rurais e regiões menos desenvolvidas.

“A iniciativa é crucial para garantir que crianças e jovens do Norte e Nordeste tenham as mesmas oportunidades de aprendizagem que seus colegas em outras partes do país. A falta de conectividade nas escolas dessas regiões é um problema crônico que limita o acesso a recursos educacionais online, dificulta a pesquisa e impede o desenvolvimento de habilidades digitais essenciais para o mercado de trabalho”, explica o professor do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Tiradentes (Unit), Dr. Alexandre Meneses Chagas.

Impacto da conectividade na educação

A pandemia de Covid-19 destacou a importância da conectividade. Durante esse período, muitos estudantes do Norte e Nordeste perderam um ano de aprendizado devido à falta de acesso à internet e à infraestrutura inadequada para o ensino remoto. “Essa falta de conectividade afeta diretamente a qualidade da educação. As crianças não conseguem acessar conteúdos online, realizar atividades digitais, participar de projetos inovadores ou ter acesso a um ensino mais moderno e interativo”, afirma Dr. Chagas.

Para os professores, a conectividade também é vital. “Eles precisam se atualizar com novas metodologias de ensino e tecnologias educacionais. A falta de internet nas escolas torna essa tarefa quase impossível, dificultando a oferta de uma educação de qualidade”, observa o professor.

Desafios e perspectivas

O programa "Escolas Conectadas" é um avanço significativo, mas não suficiente por si só. “A infraestrutura é importante, mas não é tudo no processo de universalizar o acesso. É essencial investir também na formação de professores e estudantes, bem como na criação de conteúdos digitais relevantes”, destaca o Dr. Chagas.

Além disso, existem preocupações sobre a abrangência do programa. “Embora o programa 'Escolas Conectadas' represente um investimento considerável, vemos um direcionamento para apenas alguns estados do Nordeste, como Bahia, Maranhão e Paraíba. Será que nos outros estados do Nordeste, como Sergipe, todas as escolas já possuem acesso à internet? E por que estão de fora dessa rodada inicial?”, questiona Dr. Chagas.

A universalização do acesso à internet no Norte e Nordeste é essencial para garantir a inclusão social e o desenvolvimento econômico dessas regiões. A falta de acesso à internet impede os cidadãos de utilizarem serviços essenciais, como os disponíveis no portal Gov.br, e limita suas oportunidades de participação plena na sociedade digital. “O programa 'Escolas Conectadas' é um sinal de esperança, mostrando que o Brasil está comprometido em reduzir a desigualdade digital e abrir portas para um futuro mais conectado e promissor para todos”, conclui Dr. Chagas.

Por: Laís Marques

Fonte: Asscom Unit