Sergipe abriga a única mina subterrânea convencional de potássio do Hemisfério Sul. Ela fica localizada no subsolo do município de Rosário do Catete, a cerca de 40 quilômetros de Aracaju, e como toda atividade produtiva que se utiliza de recursos naturais, passa pelo licenciamento da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema). Para verificar de perto como a atividade de mineração tem sido realizada no local, a equipe técnica da Adema visitou o Complexo Mineroquímico Taquari-Vassouras na última sexta-feira, 8.
Mantido para extração de silvinita usada no beneficiamento de potássio, o complexo tem mais de 40 anos de existência e cerca de 1500 funcionários. Antes gerida pela Vale, a operação da mina está sob o comando da Mosaic Fertilizantes desde 2018. De acordo com a empresa, a partir de novos investimentos, a previsão é que o beneficiamento de potássio seja ampliado a partir de 2024, chegando a 450 mil toneladas/ano.
De acordo com o presidente da Adema, George Trindade, o objetivo da visita foi verificar como ocorre a operação de lavra na mina sergipana, que entrará em processo de renovação do licenciamento ambiental. “É importante que a sociedade saiba que a segurança da mina está sendo constantemente monitorada”, disse o gestor.
A geóloga da Adema, Filipa Pereira, explica que em Sergipe a operação de lavra é feita pelo método de câmara e pilares, onde a extração mineral é feita com o uso de maquinário de escavação, enquanto no caso de Alagoas, onde a capital, Maceió, tem sido afetada pelo afundamento do solo, a exploração da mina é feita por dissolução.
“Aqui a mina é autossustentada por grandes pilares, que se alternam às câmaras, permitindo que se calcule e monitore a subsidência do solo, que seria o movimento de afundamento do terreno, evitando o risco de abatimento da mina. Eles monitoram inclusive a convergência, medindo a distância entre a superfície e o teto da mina. Já em Maceió, a mineração é feita por dissolução, através do qual, em linhas gerais, se injeta água na camada de sal, dissolve e suga. Dessa forma não se tem tanto controle sobre a geometria da galeria da lavra e da sua distribuição espacial”, detalha a geóloga.
Além dos pontos de monitoramento, durante a visita técnica a equipe da Mosaic conduziu a equipe da Adema por outros setores da mina, como o escritório subterrâneo, o estacionamento, a oficina, o sistema de ventilação, a destinação de resíduos, a área de sonda e uma das frentes de lavra. A atividade segue normas reguladoras da Agência Nacional de Mineração (ANM), que realiza a fiscalização periódica da mina.