A Polícia Civil de Sergipe deflagrou nesta quinta-feira (20), a ‘Operação Castelos’, uma ação de repressão qualificada contra um grupo criminoso especializado na lavagem de capitais provenientes do tráfico de drogas. A investigação, iniciada em março de 2022 e conduzida pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), teve o apoio da Divisão de Inteligência e Planejamento Policial (Dipol) e do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (Lab-LD), identificou um núcleo criminoso de cunho familiar que movimentou cerca de R$ 20 milhões através de empresas de fachada. Na operação, que aconteceu de forma simultânea em Sergipe e na Bahia, foram cumpridos cinco mandados de prisão e 11 decisões judiciais de busca e apreensão.
De acordo com o que foi apurado pela polícia, o grupo criminoso é comandado pelo presidiário Fagner Souza da Silva, conhecido como 'Fal', apontado pela polícia baiana como um dos traficantes mais perigosos do estado. Mesmo recolhido no Conjunto Penal Masculino de Salvador desde 2014, Fagner contava com o apoio da companheira e de outros familiares para ocultar e dissimular a origem dos valores provenientes do tráfico de drogas.
A investigação revelou que o grupo utilizava diversas empresas de fachada, principalmente do setor de confecção, para movimentar o dinheiro ilícito. Com a quebra dos sigilos bancário e fiscal, autorizada pela Justiça, foi constatada uma movimentação financeira próxima de R$ 20 milhões.
Nesta quinta-feira, foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e 11 mandados de busca domiciliar, além do sequestro de veículos, bloqueio de valores em contas bancárias e apreensão de bens imóveis registrados em nome dos investigados e das empresas envolvidas. As medidas judiciais foram deferidas pela 3ª Vara Criminal de Aracaju, com parecer favorável do Ministério Público.
A ação, que contou com o apoio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil de Sergipe, do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic), 5ª Delegacia Metropolitana (DM) e da Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil da Bahia, da Força Correcional Especial Integrada (FORCE-COGER-SSP/BA) e da Polícia Penal da Bahia, foi deflagrada simultaneamente nas cidades de Aracaju (SE), Nossa Senhora do Socorro (SE), Salvador (BA) e Simões Filho (BA).
A operação recebeu o nome de 'Castelos' por conta da estratégia da organização criminosa de investir o dinheiro ilícito na aquisição de imóveis.
A Polícia Civil de Sergipe reforça seu compromisso na estratégia de asfixia financeira de organizações criminosas, garantindo que seus bens sejam sequestrados e os recursos ilícitos bloqueados. As investigações seguem em andamento para identificar outros membros da Orcrim e ampliar as medidas de confisco de bens adquiridos com recursos ilegais.
Foto: Jorge Henrique