Uma ação da Polícia Civil culminou com a prisão de um homem de 36 anos, na cidade de Campo do Brito, acusado de extorsão, estupro, falsa identidade e difamação contra adolescentes. O crime, conhecido como “sextorsão”, já era praticado há dois anos.

Segundo as investigações, o suspeito criou perfis falsos de aplicativos em redes sociais e passou a paquerar mulheres, em especial adolescentes. Ele fazia declarações de amor, insistindo em conseguir fotos, conhecidas popularmente como “nudes”.

Ao conseguir o material, ele passava a exigir dinheiro para a não divulgação das fotografias. “Primeiramente, ele criava perfis falsos de outros homens das cidades nas redes sociais. Em sequência, ele passava a conversar com as vítimas fingindo ser outro homem. Era notória a especialização do investigado, porque ele sabia como esse homem conversava nas redes sociais e com quem ele se relacionava nessas plataformas”, informou o delegado Wilkson Vasco.

O delegado esclareceu como era o método de atuação do investigado. “Ele estudava as vítimas. Ele hackeava redes sociais alheias, criava um perfil falso para ele, fingia ser outra pessoa e passava a atuar dessa forma. Após ele conseguir se passar por outra pessoa, passava a paquerar e fazer declarações de amor, reiteradamente, e solicitar as fotos íntimas. A partir do momento que se encaminha as fotos, ele passava a exigir dinheiro”, frisou.

Ainda segundo o delegado, se a vítima não efetuasse o imediato pagamento, que variava de acordo com a situação da vítima, o detido passava a difamá-la, com o intuito de convencer que a ameaça era verdadeira. E, no caso em que não houvesse o dinheiro, o suspeito passava exigir a prática de sexo, o que configurava o estupro. “Chegou-se à situação do investigado ligar para os pais de uma adolescente de 16 anos de idade”, evidenciou.

Há mais de um ano, no celular do investigado, foram encontrados vídeos e fotos de crianças e adolescentes em cenas de sexo explícito ou pornográfica, e que foram compartilhados por aplicativo de mensagem. O delegado destacou que uma das vítimas afirmou ter sido forçada a realizar em torno de dez atos sexuais.

Diante de todas as circunstâncias apuradas no decorrer do procedimento investigativo, foi representada a prisão preventiva e mandado de busca e apreensão. O delegado ressaltou que o detido já responde a processos criminais. 
 

Apreensões durante ação policial
 

Durante a ação policial, foram apreendidos uma pistola, 13 munições calibre 22, três de calibre 32 e um carregador de pistola e um canivete. O cumprimento do mandado de busca e apreensão culminou ainda na apreensão de notebook, celular, pen drive e cd, que serão encaminhados à perícia e apuração de outros envolvidos.
 

Sextorsão

A nomenclatura “sextorsão” é uma definição doutrinária para atos quando o indivíduo obtém ou tem em seu poder fotos íntimas, conhecidas como “nudes”, e passa a utilizar-se desse material para cometer crimes como extorsão, estupro, dentre outros. A Polícia Civil solicita que possíveis vítimas do crime compareçam à delegacia, para complementação do processo investigativo e para que outras pessoas não sejam vítimas de crimes desse tipo.