Um ciclone extratropical devastou parte do Rio Grande do Sul, deixando mais de 50 mortos. Na Líbia, uma tempestade deixou mais de 11 mil mortos e 10 mil desaparecidos. Constantemente, somos impactados com notícias de desastres naturais, que parecem escalar em magnitude e reflexos. Não me sai da cabeça que tudo isso origem parcial – se não principal – na atividade humana, sempre tão predatória. Uma hora, a conta chega.
Chuvas, terremotos, ciclones, ondas de calor extremo. Cada vez mais constantes, cada vez mais devastadores. Por que motivos essas ocorrências estariam se intensificando? A exploração desenfreada dos recursos naturais, a poluição do ar e a devastação das florestas ajudam a entender. O modelo de desenvolvimento da humanidade, em geral, ainda é baseado na exploração. Com a evolução tecnológica, ao passo que se desenvolvem soluções de preservação, aumenta-se o ritmo exploratório. Nessa balança, a degradação do meio-ambiente ainda prevalece. É preciso rever a forma como os países investem no desenvolvimento, de forma que este seja amis sustentável. Muito se fala em ESG, preservação, mas a prática ainda está muito aquém do desejado.
Nós brasileiros temos a “sorte” de não sofrermos com terremotos ou furacões como outras nações, por exemplo. No entanto, outros eventos naturais vêm se manifestando com força. Nossa diversidade ambiental, com ricas fauna e flora, ainda é explorada além do devido. Carecemos de legislações e códigos de proteção dos recursos naturais mais claros e efetivos, além de uma boa fiscalização e aplicação das devidas sanções a quem transgredir a regra. O agronegócio, por exemplo é uma grande força da economia nacional e deve ser sempre impulsionado e incentivado. No entanto, deve estar alinhado a metas ambientais que promovam o desenvolvimento sustentável. Que bom que já temos muitas companhias no setor preocupadas com isso, por terem consciência de que também dependem de um meio-ambiente saudável. Afinal, no longo prazo, a depredação da natureza será prejudicial para a agricultura, a pecuária e outros setores.
Estamos em uma corrida contra o tempo. Diversos são os alertas para a necessidade de redirecionar a exploração de recursos, a fim de promover a “saúde” do planeta. Caso contrário, os impactos podem ser irreversíveis. Resta salvar o que ainda pode ser preservado. Um futuro mais verde e saudável é possível, mas precisa de um forte esforço coletivo para acontecer. Sempre importante ressaltar que não adianta “brigar” com a natureza: nesse duelo, não seremos vencedores. O clima está dando sinais de que precisamos agir.
Janguiê Diniz - Fundador e presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional - Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo