A deputada Linda Brasil (Psol) usou o pequeno expediente da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), ontem, 26, para repercutir a prisão de Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ); Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro e irmão de Domingos; e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil, que são apontados como "autores intelectuais" do crime brutal que estava há mais 6 anos sem respostas.

Em sua fala, a deputada definiu o caso como “um exemplo de como funcionam as relações perigosas” entre interesses privados que "capturam" a estrutura que deveria funcionar para o interesse público, em prol de interesses privados. A deputada trouxe o fato para a realidade sergipana, reforçando a necessidade da sociedade se manter atenta às movimentações dos grupos políticos que usam as estruturas de poder do estado em favor de seus interesses econômicos.

Nitidamente emocionada ao falar da operação promovida pela Polícia Federal, no Rio de Janeiro, na manhã do último domingo, 24, a deputada cobrou justiça. “Estamos todos muito abalados, principalmente com a participação do chefe da polícia civil, que era responsável pelas investigações do caso, que abraçou a família de Marielle garantindo que o caso era uma questão de honra. Um verdadeiro soco no estômago que comprova o quanto essas relações são perigosas. O Psol está firme no combatendo qualquer tipo de corrupção e de aparelhamento criminoso das instâncias de estado, bem como cobrando que os envolvidos nesse caso, que levou mais de seis anos para chegarmos a essas respostas exatamente porque quem mandou matar Marielle era quem estava atrapalhando as investigações. Que a justiça seja feita”, cobrou Linda.

A deputada lembrou que a motivação exata para o assassinato ainda é desconhecida, mas as investigações apontam que haveria relação com a expansão territorial da milícia na capital fluminense.  Uma preocupação levantada por Linda é a expansão da milícia nos estados brasileiros. “É muito preocupante. Eu faço sempre questão de denunciar, criticar e repudiar qualquer tipo de relação que não seja pautada na ética, nos princípios da Constituição, na legislação brasileira, relações que visam garantir poder hegemônico sob as estruturas de poder e até de outros setores sociais. Não podemos aceitar que a milícia se espalhe e ganhe ainda mais força. É preciso que o Governo Federal, por meio do Ministério de Segurança Pública, elabore um plano de segurança inteligente que combata os milicianos e suas articulações com agentes públicos”, complementou a parlamentar.

Foto: Ascom