A senadora Maria do Carmo (DEM/SE) classificou como "desrespeitosa e cruel", a forma como foi conduzido o julgamento do empresário André de Camargo Aranha, acusado de estuprar a modelo e influencer, Mariana Ferrer, em 2018. O fato ganhou notoriedade pública e repulsa dos mais diversos setores sociais, após a vítima ser execrada e humilhada pelo advogado de defesa do acusado, Cláudio Gastão da Rosa Filho, e pelo promotor de justiça Thiago Carriço de Oliveira, que expuseram a moça de maneira repudiável, sem que houvesse intervenção por parte do juiz Rudson Marcos, da Vara Criminal de Florianópolis (SC), que conduziu o caso.
"Fiquei a pensar: e se fosse a filha desses três moços, como eles agiriam? Foi uma situação humilhante, constrangedora. Onde já se viu a vítima ser culpada pelo próprio estupro? E o acusado ser absolvido sob a alegação de "estupro culposo", tipificação inexistente em nosso Código Penal? É lamentável e repugnante", disse a senadora, ao destacar que tudo foi feito com o único propósito de inocentar o estuprador. "Repudiamos que a Justiça brasileira permaneça permitindo esse tipo de abuso contra a mulher durante os julgamentos de estupro".
A senadora defendeu correição para os operadores do Direito que atuaram no caso de modo que esse tipo de abuso e distorção não se repitam. "Ontem, mesmo quando esse achincalhe foi divulgado publicamente pelas redes sociais, o Senado aprovou voto repúdio contra a decisão judicial e, também, contra o advogado e o promotor que atuaram de forma abusiva e direcionada para impor à vítima toda a culpa pelo caso. É nojento, assistirmos a esse tipo de coisa em pleno século XXI", lamentou Maria do Carmo, ao se solidarizar com Mariana e com todos as cidadãs e cidadãos que, também, se indignaram.
Fonte: assessoria