Ângela Maria de Melo, conhecida  como Professora Ângela, nasceu em 01 de julho de 1956, na cidade de  Canhoba, mas, por uma troca de pertencimento do povoado, se identifica como do município de Nossa Senhora de Lourdes. 

Entrou na área política sindical na década de 80, iniciou a carreira política no Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica de Sergipe (Sintese),  formou-se em História pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e fez pós-graduação em Arte e Educação. Durante sua trajetória, a vereadora atuou na área da defesa dos trabalhadores e participou de vários movimentos sociais. 

Foi eleita com 1.882 votos para vereadora na Câmara Municipal de Aracaju e iniciou o seu primeiro mandato em 2021. Ela integrava o conjunto de 24 vereadores da CMA e fazia parte do time das  mulheres que atuam na Casa, junto com Emília Corrêa (Patriota), Sheyla Galba (Cidadania) e Sônia Meire (PSOL). Na Casa Parlamentar, fazia parte da Comissão de Educação, Cultura e Esportes e da Comissão de Ética.

Ao todo, a professora Ângela apresentou 338 proposituras de 2021 até sua atuação no começo de julho de 2023, como vereadora na Casa Parlamentar. Desse total, 32 foram Projetos de Lei Ordinária (PLO), 63 Requerimentos, 30 Moções e 200 Indicações. Ela recebeu o Título de Cidadã Aracajuana na CMA em dezembro do ano passado. 

Projetos de lei aprovados na Casa Legislativa 

Em 2021, a vereadora conseguiu propor 05 Projetos de Lei, que foram aprovados na Casa e sancionadas pelo executivo.  Um deles é o Projeto de Lei nº 9/2021, que institui o ano de 2021 como o “ano educacional Paulo Freire”, em comemoração ao centenário de nascimento. O projeto se tornou a lei  nº 5.383/2021.

A parlamentar aprovou também em 2021, um PLO que dispõe sobre a comunicação pelos condomínios residenciais aos órgãos de segurança pública, sobre a ocorrência ou indícios de violência doméstica e familiar contra mulher, criança, adolescente ou idoso, em seus interiores. O projeto se tornou a lei nº 5.460/2022.

Ainda, a vereadora aprovou o Projeto de Lei Ordinária 124/2021, o qual dispõe sobre a inclusão de perguntas sobre a sexualidade e transgeneridade no atendimento realizado nos serviços públicos em Aracaju. O projeto se tornou a lei nº 5.504/2022.

Em 2022, a vereadora conseguiu aprovação em 07 Projetos de Lei, que foram sancionados pelo executivo. Dentre eles, podemos destacar o PLO (que se tornou a lei nº 5.629/2023) que determina que as maternidades, estabelecimentos de saúde e hospitais deverão permitir a presença de doulas durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós- parto imediato, bem como nas consultas e exames de pré-natal, sempre que solicitadas pela parturiente.

O Projeto de Lei Ordinária 70/2022, o qual proíbe homenagens a escravocratas e a eventos históricos ligados ao exercício da prática escravista, no âmbito da administração pública direta e indireta em  Aracaju, também foi aprovado e se tornou a  Lei nº 5.608/2023.

Em 2023, a vereadora tem 09 projetos tramitando na Casa Legislativa. Dentre eles, Projeto de Lei Ordinária 162/2023, que institui a Semana Municipal de conscientização e apoio ao parto humanizado e adequado, incluindo o Dia Municipal da luta pela saúde da mulher e pela redução da mortalidade materna e o Projeto de Lei Ordinária 196/2023, o qual declara o professor Paulo Freire patrono da educação aracajuana.

Antes da Câmara

Em Aracaju, Ângela iniciou os estudos no Grupo Escolar Sabino Ribeiro, depois fez exame de admissão e conquistou uma vaga no Instituto de Educação Rui Barbosa, onde concluiu o antigo ginásio e o curso normal, formando-se em professora primária.

Passou no vestibular para o curso de História na Universidade Federal de Sergipe e fez concurso para o magistério. Foi em salas de aula das escolas das redes pública de Aracaju e Sergipe que Ângela Melo se tornou Professora Ângela Melo. Já no início da década de 1990, mais precisamente em 1992, o então chamado grupo Renovação ganhou a eleição do SINTESE, tendo Ana Lúcia na presidência, Ananias como vice e Ângela dividindo a Secretaria Geral com a professora Ubaldina.

Desde então, Ângela teve a sua vida marcada pela atuação docente, pela militância sindical – já tendo sido presidenta do SINTESE e diretora da Central Única dos Trabalhadores em Sergipe.  Ângela também já foi integrante do Fórum Nacional de Prevenção e Combate ao Trabalho Infantil, assim como atuou como diretora da CUT Nacional. 

Internação e problemas de saúde marcaram os últimos meses

Ângela Melo deu entrada no Hospital Primavera no dia 05 de julho com quadro de rebaixamento no nível de consciência, seguido de insuficiência respiratória com necessidade de suporte ventilatório invasivo. Ela foi encaminhada à Unidade de Terapia Intensiva, onde realizava tratamento para pneumonia. A professora recebeu alta hospitalar no dia 2 de outubro e seguia o tratamento em sua residência ao lado dos familiares. O falecimento ocorreu na madrugada desta sexta-feira (06), por conta de uma parada cardíaca. O velório está ocorrendo na Câmara de Aracaju e o sepultamento está previsto para 16h, no Cemitério Colina da Saudade.