No último domingo, 4, a deputada estadual Carminha Paiva (Republicanos) esteve presente no tradicional bloco Quebradinho Siri, em Nossa Senhora do Socorro. Madrinha da festa que abre oficialmente o Carnaval no município, a parlamentar lançou a campanha de combate ao assédio sexual nas festas carnavalescas. 

Intitulada de #respeitaasmina, a campanha, de acordo com a parlamentar, tem como objetivo promover conscientização e respeito no carnaval. “Iniciamos essa campanha em 2021 para que todas e todos entendam que temos o direito de curtir sem violência, sem assédio, que os corpos femininos, sobretudo, não são propriedade de ninguém além delas mesmas. Tudo que vem depois do não já é assédio e desrespeito”, pontuou.

Com a presença de cerca de 9 mil foliões no Quebradinho, bloco que está em sua 7ª edição, o lançamento no evento ocorreu de forma estratégica para ampliar a discussão de combate ao assédio sexual cometido, sobretudo, contra mulheres, especialmente em épocas festivas, como o carnaval. “O Quebradinho Siri é um bloco que vem crescendo a cada ano; junto com esse crescimento, toda a sociedade e o poder público devem ampliar esse trabalho de conscientização e alerta. É triste uma mulher sair de casa e ter que ficar em alerta porque a qualquer momento você pode ser tocada sem seu consentimento, que podem desferir palavras desrespeitosas e de cunho sexual. Por isso, precisamos que cada um faça a sua parte”, disse a parlamentar.

Em recente pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva, entre 18 e 22 de janeiro deste ano, foi apontado que sete em cada dez mulheres têm medo de assédio no carnaval. Esse número é ainda mais alarmante na consumação do crime. Metade, ou seja, 50%, das mulheres já foram vítimas de assédio sexual durante a festividade. Outro dado que chama atenção é que essas proporções são ainda mais altas entre mulheres negras, chegando a 52%.

Na tentativa desesperada de justificar o crime, criminosos tentam fundamentar a prática do assédio pelo tipo de roupa que a mulher está vestindo. Pelo levantamento, cerca de 15% dos brasileiros ainda pensam que, se uma mulher sai para se divertir com roupas curtas, é um convite para encontros sexuais. “Os casos de assédio sexual trazem à tona quão o corpo da mulher é vulnerável diante do machismo. Mas, graças a Deus, temos leis que tornaram o assédio sexual um tipo de crime. Acredito que ainda temos o que avançar, mas esse foi um passo importantíssimo para que possamos, aliado com as campanhas de conscientização, ter uma diminuição nesses tristes números”, concluiu Carminha.

Ana Guimarães