A deputada estadual Linda Brasil (Psol), nesta terça-feira, 4, demonstrou preocupação, na sessão plenária da Assembleia Legislativa, com os relatos vindos de estudantes, representantes dos centros acadêmicos e do Diretório Central dos Estudantes, docentes e servidores relacionados aos frequentes casos de assédios moral e sexual na Universidade Federal de Sergipe.

Os desabafos foram feitos durante um encontro, promovido, ontem, 3, pela mandata, para discutir políticas de ações afirmativas na instituição.“Foi um importante espaço de escuta, especialmente para as mulheres e pessoas LGBTQIAPN+, que relataram diversos casos de assédio sexual que estão acontecendo dentro da universidade e que, ao que parece, a instituição não está dando o encaminhamento adequado e a devida atenção, já que não conta com um espaço de escuta e acolhimento dessas vítimas”, denunciou.

A parlamentar criticou a falta de diálogo da Reitoria com os estudantes, trabalhadoras/res e movimentos. “Atualmente, a única forma de denúncia é a ouvidoria que, segundo as alunas, não faz nada, principalmente quando a denúncia é contra um professor, por exemplo. O caso mais recente envolve a denúncia grave de uma estudante do curso de Farmácia, do campus Lagarto, contra um professor do departamento. É preciso que esses casos sejam investigados e que os assediadores sejam punidos. É muito grave”, reforçou a deputada.

De acordo com trabalhadores, os casos de assédio moral são recorrentes nas instalações dos campi da UFS. “Os servidores e servidoras reclamam do alto índice de assédio moral dos gestores e da falta de diálogo da reitoria com a categoria. Estudantes indígenas e quilombolas relataram situações de racismo e injúria racial sofridas dentro das salas de aula e praticadas pelos próprios professores e professoras. Então, a situação toda é muito grave e nossa mandata está atenta para cobrar da instituição o devido encaminhamento dessas questões e também para promover o diálogo e a reflexão com a comunidade acadêmica”, finalizou.