Para prestar as últimas homenagens póstumas ao ex-governador João Alves Filhos, deputados estaduais estiveram no Aeroporto Santa Maria, em Aracaju, durante a recepção das cinzas, que foram entregues pela família à Guarda de Honra. Na ocasião, foi executado um toque de silêncio e a urna conduzida ao carro do Corpo de Bombeiros, para a realização do cortejo fúnebre passando por pontos importantes e icônicos da gestão do Dr. João Alves Filhos.

Na concepção política e administrativa do presidente da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), Luciano Bispo (MDB), o ex-governador  foi um dos maiores homens da história da política de Sergipe para o desenvolvimento do Estado.

 “Sergipe deve muito a ele em termos administrativos, de obras e do social. João Alves foi um Governo que olhou para todos os setores, ou seja, para o estado, além de um crescimento econômico para Sergipe. Ele era um grande amigo, fiz parte de seu bloco político por vários anos. Meu primeiro mandato foi com ele, depois nos separamos politicamente, mas sempre estive ao seu lado fazendo com que ele pudesse atender os anseios do povo de Itabaiana. Lá, ele é o homem das barragens, João da Água, Chapéu de Couro, por fim, ele trouxe água, praticamente para todo o Estado de Sergipe”, enfatizou o parlamentar.

Luciano Bispo afirmou que tudo que fizeram de homenagem a João Alves Filho fica aquém do que merece”, declarou o presidente da Alese, lembrando que amanhã, 1º de dezembro, será votado o Projeto de Lei que restabelece o nome do prédio da Casa Legislativa para Palácio Governador João Alves Filho.

A deputada estadual Goretti Reis (PSD) externou o carinho que ela e seus familiares têm pelo ex-governador. “É um sentimento de muito carinho porque convivi com João Alves desde criança. Desde a amizade que existia com meu pai e a partir daí tive a oportunidade de participar por três eleições dentro do partido DEM, o qual ele pertencia, de ter sido gestora da Saúde de Aracaju, época em que ele foi prefeito. Então, temos um carinho muito grande”, observou

Emocionado, o deputado Georgeo Passos (Cidadania) falou que todo o povo sergipano deve prestar homenagem a essa grande governador, prefeito da capital, homem que mais construiu e fez obras estruturantes para o povo de Sergipe. “João da Água ou João Chapéu de Couro, deixa um legado enorme de lealdade, inclusive, a família Passos veio prestar essas últimas homenagens. Meu avó Chico Passos caminhou muito com João Alves, meu pai Antônio Passos, então, nada mais justo a gente vir prestar essa homenagem aos seus familiares e onde ele estiver possa continuar olhando pelo Estado de Sergipe e pelo Brasil”, ressaltou.

Já Luciano Pimentel (PSB) externou sua tristeza por estar recebendo o corpo cremado de João Alves, que simboliza desenvolvimento e cidadania para todo o povo sergipano. “Nós não temos na história política de Sergipe um nome com tantos significados como foi Dr. João. Tudo que tem de mais importante como, as principais obras foram efetivamente trazidas por ele. Então, é uma perda muito grande para o estado, mas fica o reconhecimento do povo sergipano e Dr. João Alves Filho estará na história do povo para sempre”.

Ivonildes Vieira Matos Galdino, natural da cidade de Nossa Senhora de Lourdes, afirmou que João Alves Filhos foi o único governante da história de Sergipe que fez algo para o povo menos desfavorecido, principalmente na vida dos sertanejos. “Nasci e me criei em Nossa Senhora de Lourdes. Sofremos muito com a falta de água na região e ele foi quem amenizou o sofrimento do sertanejo. Então, para mim ele é o único e, por este motivo, vim prestar essa última  homenagem com o coração doendo”, lamentou.

Usando chapeu de couro em homenagem ao ex-governador, Arnaldo Magalhães, conhecido no bairro Santo Antônio como “rato”, lembrou que João Alves foi seu vizinho e deixa importante legado para Sergipe. “o chapéu é o símbolo do homem sergipano, trabalhador, íntegro e visionário, pois tinha um carinho todo especial pelo povo do sertão. Durante suas administrações como governador, quem conheceu Sergipe antes de João Alves e conheceu depois dele sabe que é outro estado”, ressaltou.

Último adeus

Após o desfile fúnebre, em carro aberto do Corpo de Bombeiros por ruas da capital sergipana, as cinzas do ex-governador João Alves Filho vão ficar no Palácio Museu Olímpio Campos, localizado na Praça Fausto Cardoso, das 13h30 até às 17h para que amigos, familiares e admiradores possam se despedir.

Missa

Após as 17h, as cinzas seguirão em comboio até a Igreja Nossa Senhora Rainha do Mundo, no Conjunto Médici, onde as 18h30 haverá uma celebração religiosa pelo arcebispo da Arquidiocese de Aracaju, Dom João José da Costa, que celebrará a Missa da Esperança, pelo 7º dia da morte de João Alves Filho.

Histórico x trajetória política

João Alves Filho morreu no último dia 24, aos 79 anos. Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, desde o dia 18, quando sofreu uma parada cardíaca. João Alves sofria de Alzheimer e recebia cuidados intensivos, em home care, desde o ano passado, quando passou por duas complicações decorrentes da doença.

João Alves filho foi prefeito da cidade de Aracaju por duas vezes. O primeiro mandato foi entre os anos de 1975/1979 e o segundo de 2013/2017. A sua trajetória na política não foi breve, o político já foi governador de Sergipe durante três mandatos. O primeiro foi entre 1983 a 1987, o segundo foi entre 1991 a 1995 e o terceiro durou de 2003 até 2007. Além de ser prefeito e governador, João Alves filho também foi Ministro do Interior entre os anos de 1987 a 1990.

João Alves Filho já fez parte do Partido da Frente Liberal (PFL), Partido Democrático Social (PDS), Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e do Partido Democratas (DEM).

Fonte: Kelly Monique Oliveira/Alese

Foto: Jadilson Simões