O vereador Elber Batalha (PSB) usou a tribuna da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) para questionar a posição do prefeito Edvaldo Nogueira sobre a possível privatização da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), já que o abastecimento de água só pode ser explorado no município por empresas públicas. O que seria uma Tribuna Livre na manhã desta terça-feira, 14, se tornou Sessão Especial em defesa do órgão, após solicitação do parlamentar.
Nesta terça, funcionários do órgão público ocuparam a frente e o plenário da Câmara para pedir o apoio dos parlamentares com relação à ameaça de privatização. Aflitos com faixas, carro de som e fechando o trânsito da rua Itabaiana, eles relataram a situação e o medo que toma conta da rotina de trabalho sem a posição dos poderes e nem a confirmação oficial da mudança.
A favor dos trabalhadores, Elber começou o seu discurso explicando que o assunto envolve a Lei Orgânica e que cabe ao Município de Aracaju. Quando aprovada na época, em um dos artigos, foi colocado que o serviço de esgoto e água da capital somente poderiam ser explorados por empresas públicas. Então, para que qualquer medida seja tomada, é necessário que chegue ao parlamento e que seja aprovado.
Segundo o vereador, o prefeito precisa aparecer o quanto antes para falar sobre isso. “Edvaldo Nogueira tem que se manifestar. Estão promovendo um processo licitatório, ao meu ver, sem participação do município de Aracaju e eu quero saber se no final vão querer empurrar goela abaixo que vamos ter que aderir a algo, do qual a cidade não participou. O prefeito como um homem público, que fez sua carreira política nesse espaço, tem que opinar sobre isso”, questionou Elber.
Ele ainda lembrou que o governador Fábio Mitidieri sempre teve uma postura progressista, inclusive na votação do marco do saneamento básico do Congresso Nacional. “Ele votou contrário e fez pronunciamentos públicos dizendo que isso era privatizar a água e água é vida. E agora na contramão de um processo, poucos meses depois de assumir o governo do estado, toma uma posição totalmente antagônica que era a sua postura em si? Isso me dá impressão, de que ou assessores mais próximos contaminaram esse frágil conteúdo ideológico que ali habitava. Ou tem alguma coisa diferente acontecendo”, declarou, explicando que é preciso um claro e institucional para a defesa da Deso.
Por fim, em seu pronunciamento, Elber ressaltou que neste momento, não se precisa de lado ou partido, mas sim, a união para a preservação dos empregos de tantos pais de família. “Independente de ideologia, seja dentro ou fora de partido, direita, esquerda ou centro. Essa é a hora de todos nós cerrarmos fileiras na luta pela preservação da Deso, e a água como patrimônio público, influenciando aqui e fora. E sobretudo pela dignidade de pais e mães de família que são os trabalhadores que fizeram a história valorosa dessa empresa”, concluiu.