O Projeto Live em Ação do vereador Thiaguinho Batalha teve um convidado especial na noite da última quinta-feira, 16, o médico e ex-Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que foi ministro do governo de Jair Bolsonaro de janeiro de 2019 até abril de 2020, quando foi demitido devido a divergências com o presidente sobre a política de isolamento social na pandemia.
No bate-papo ao vivo no instagram que foi acompanhando por cerca de 10 mil pessoas, Mandetta se mostrou uma pessoa alegre e descontraída e brincou diversas vezes com o parlamentar sergipano. O ex-ministro falou sobre o quão forte é o vírus e deu diversos recados direcionados aos sergipanos para se cuidarem do coronavírus, já que o estado ultrapassou a marca dos 1.000 mortos. No final da live, questionado sobre o real motivo da sua saída do Ministério da Saúde, Mandetta explicou o caso com uma comparação.
"Toda vez que você tem uma notícia ruim como, por exemplo, se você for ao médico e ele falar que você está com alguma doença grave ou que morreu um parente seu, a primeira coisa que você faz é querer negar aquela notícia dizendo que o diagnóstico está errado, que o médico está errado, que não tem e que não existe. É a fase da negação. O presidente estacionou nessa fase. Ele negou, negou, negou e eu falava o que era para fazer e ele não aceitava. A segunda fase depois da negação é a raiva. A pessoa fica com raiva, com ódio, e precisa achar um culpado e foi nessa fase que ele achou que o que ele podia fazer era demitir o ministro porque trouxe essa notícia ruim. Ele queria um caminho muito ligado a economia e eu queria um caminho mais ligado a preservação da vida naquele momento. E ele optou por esse outro caminho mesmo sabendo dos desdobramentos que podiam ocorrer. Eu desejei muito boa sorte para ele e transmiti o cargo para o meu sucessor", explicou Mandetta.
O ex-ministro também ressaltou que não tem contato com o presidente Jair Bolsonaro desde que saiu do ministério no dia 16 de abril, desejou boa recuperação ao presidente que está com coronavírus e fez um pedido para que ele reflita e pense nos brasileiros que não possuem condições de tratamentos de saúde adequados.
"Após a transição do cargo eu nunca mais tive contato, nunca mais conversei com ele. O último foi no dia 16 de abril quando ele me pediu para deixar o cargo e até hoje nunca mais o encontrei. Desejo boa sorte e que ele se recupere bem da doença assim como 90% das pessoas na idade dele se recuperam bem, seja com cloroquina, com benzedeira, com paracetamol, com vitamina D, com zinco ou com agora a ivermectina que estão usando muito, enfim com o que quer que seja, espero que ele saia muito bem e que a doença faça ele refletir que nem todo mundo tem eletrocardiograma a sua disposição, nem todo mundo tem um médico particular para atendê-los e que o povão está aí precisando de cuidados e são nessas pessoas que precisamos pensar. Tomara que ele reflita e estenda a mão para esse povão", finalizou o ex-ministro.
Fonte: Assessoria