Em entrevista ao Poder 360 nesta quinta-feira (1º), o senador Laércio Oliveira (PP-SE) analisou o cenário político e comentou as dificuldades que o governo vem enfrentando nas principais votações no Congresso Nacional.
“Estamos vivendo momentos tensos e intensos que não têm nenhuma necessidade. Mas isso é fruto da desorganização que existe na relação entre o Executivo e os deputados e senadores. Vemos um ambiente de grande incerteza em todas as propostas. Os parlamentares têm que que ser bem recebidos pelos ministros, com um diálogo entre a base aliada e a oposição. Espero que os últimos episódios tenham trazido clareza de que o governo precisa de uma relação mais dinâmica com o Congresso e facilite a discussão dos temas que virão, como a Reforma Tributária e o novo arcabouço fiscal”, explicou.
Em uma previsão sobre a pauta do Senado, Laércio disse acreditar na aprovação do nome indicado pelo presidente Lula ao Supremo Tribunal Federal, o advogado Cristiano Zanin. “Percebo que este assunto é liquidado”, revelou. Laércio Oliveira ainda manifestou que o Senado pode alterar o projeto de arcabouço fiscal, já aprovado na Câmara dos Deputados.
“A regra precisa mostrar de onde virão os recursos para os gastos que o Brasil precisa. As despesas precisam ser contidas respeitando as exceções propostas para os incentivos fiscais e as políticas sociais. Mas eu percebo nos números que existe muita gordura nos gastos. E não vejo uma porta de saída para a arrecadação. A equação não está fechando. Não é realista a previsão e a gente precisa discutir aqui no Senado”, disse Laércio.
Margem Equatorial
O senador sergipano voltou a defender a exploração de petróleo e gás natural na Margem Equatorial, área que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte. E criticou as exigências do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a realização de novos estudos no litoral norte do país.
“Eu acabei de fazer um discurso no Plenário do Senado que faço uma crítica construtiva ao comportamento dos órgãos ambientais do país. Sou um ferrenho defensor do equilíbrio nesta relação [entre o desenvolvimento e a preservação do meio ambiente]. Agora, a margem equatorial enfrenta um problema seríssimo com a polêmica no Ministério do Meio Ambiente na região Norte, da ministra Marina Silva. Por um posicionamento tomado pelo Ibama, as empresas se afastam do país, atravessam o mar, e se instalam do outro lado, na Guiana, e começam um processo de exploração de uma riqueza que também é nossa”, explicou.
Gás e Fertilizantes
Durante a conversa, Laércio Oliveira defendeu incentivos para a produção nacional de fertilizantes e lembrou que o país é dependente do mercado internacional e importa 85% dos insumos usados. O senador apresentou um projeto que cria o programa de desenvolvimento da indústria de fertilizantes (Profert), com o objetivo de atrair novos investimentos para a construção de fábricas e para projetos de ampliação ou modernização de infraestrutura para produção de fertilizantes. Laércio lembrou que aprovou um requerimento de sua autoria para debater em uma sessão temática no Plenário a produção de fertilizantes no Brasil.
“Para discutir com todos os atores do setor uma Política Nacional de Fertilizantes eficiente, que olhe para o futuro e enxergue que os investidores que batem à nossa porta estão querendo construir suas fábricas aqui no Brasil. Isso porque temos um mercado gigantesco e a gente não precisa estar importando os insumos na quantidade que a gente compra hoje”, explicou Laércio.
Veja a entrevista completa em https://www.youtube.com/watch?v=gbPLKRtZmhk