Ao lado de mais de 50 líderes mundiais e 15 mil representantes de 150 nações, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência está em Sevilha, na Espanha, para debater o financiamento das economias em desenvolvimento

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, participa, até o dia 2 de julho, da 4ª Conferência sobre Financiamento para o Desenvolvimento, FFD4. Macêdo representa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governo brasileiro no encontro. Também estão em Sevilha, representantes do MRE, o embaixador Corrêa do Lago, presidente da COP 30, e Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda.

No primeiro dia de conferência, nesta segunda-feira, 30, o ministro Márcio Macêdo participou da abertura do evento, e teve uma série de reuniões bilaterais. Chefiando a delegação brasileira, o ministro afirmou que “o que o presidente Lula está fazendo no Brasil está em muita sintonia com o que o mundo está esperando em relação ao desenvolvimento sustentável, à redução do desmatamento, ao financiamento das políticas públicas para combater a fome e a cumprir os 18 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”.

Nesta terça-feira, dia 1º, o ministro Márcio falará, na conferência, em nome do governo brasileiro. Ele defenderá que os países chamados desenvolvidos financiem as economias dos países do Cone Sul e do Sul Global, para que estes possam colocar em prática a agenda de proteção ambiental, de combate às mudanças climáticas, de geração de emprego e renda e de combate à fome.

ABERTURA – O rei da Espanha, Filipe VI, o primeiro-ministro Pedro Sanchez e o secretário-geral da ONU, António Guterres, fizeram os discursos de abertura da 4ª Conferência. As falas foram contundentes sobre a necessidade de reforçar o multilateralismo e a reforma no sistema financeiro internacional, com objetivo de ampliar o financiamento e facilitar o acesso aos recursos de entidades multilaterais por parte dos países em desenvolvimento, em especial os do Sul Global e América Central e os do continente africano.

O primeiro-ministro espanhol, que é também o presidente da Conferência, deu ênfase à urgência em converter as palavras dos Estados em ações voltadas aos temas de desenvolvimento sustentável e justiça fiscal, com foco na mudança da arquitetura de financiamento internacional e para o multilateralismo inclusivo. “É necessário que o debate entre os países se dê em pé de igualdade. Não há um norte e um sul, mas uma única humanidade e o compromisso com o planeta”, afirmou.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, lamentou que, no mundo, dois terços das metas da Agenda 2030 ainda não tenham sido cumpridas. Destacou que é urgente mudar o rumo do motor do desenvolvimento e imprimir às ações dos países a velocidade necessária para isso, com igualdade e justiça para todos. Guterres conclamou os países ricos a, pelo menos, duplicarem os recursos para os países em desenvolvimento. Também enfatizou que é preciso reparar o sistema mundial das dívidas, que é injusto.

“É fundamental criar mecanismos para reduzir o serviço da dívida pago por esses países e permitir a suspensão do serviço em processo de crise. É preciso ter um sistema tributário mais justo, formado por todos e não apenas alguns; e justiça fiscal para permitir que todos vivam com dignidade. Precisamos de investimentos dos que mais podem para construir o futuro que queremos”, afirmou Guterres.

REUNIÕES – Macêdo também fez várias reuniões bilaterais com líderes internacionais. Com Deemah AlYahya, diplomata saudita, líder em inovação e transformação digital, tratou sobre equidade de gênero e economia digital. Já no encontro com Zane Dangor, vice-ministro de Relações Exteriores da África do Sul e representante do G20 no país, foi discutida a experiência do G20 Social no Brasil no ano passado. Com Reem Alabali-Radovan, ministra alemã, a COP 30, que ocorrerá, no Brasil em novembro, foi o tema central. Macêdo ainda participou da sessão da Aliança Global contra a Fome, ao lado do ministro Wellington Dias, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.