A deputada estadual Linda Brasil (Psol) usou a tribuna da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), nesta terça-feira, 16, para denunciar o caso considerado, por ela, como transfóbico, onde uma aluna da Rede Estadual de Ensino foi impedida de participar dos Jogos da Primavera, sofrendo outras violências, a exemplo da recomendação da participação no time masculino. A situação aconteceu mesmo a participante tendo o apoio da rede escolar, dos colegas estudantes e da família.
A deputada repudiou firmemente a conduta do Estado. “O nome disso é transfobia, e o Superior Tribunal Federal (STF) já reconheceu a transfobia como um crime. Assim que a denúncia chegou até a Mandata, oficiamos a Seduc e recebemos a resposta ontem a noite. Solicitamos informações sobre dois casos. Sobre uma das meninas, foi informado que ela havia feito a inscrição após o prazo determinado. Sobre a outra, a resposta foi muito superficial, sem detalhes de como procedeu. Mas, segundo a própria estudante, familiares e a direção da escola, a menina foi impedida, sob a justificativa de que não se enquadra nas regras da Confederação, inclusive, sendo recomendada a participar do time masculino. Porém, vale ressaltar, as recomendações das confederações são voltadas às competições profissionais. O que não é o caso dos Jogos da Primavera. Que absurdo! Que violência! Esse é o tipo de Governo que temos”, lamentou Linda.
A parlamentar pediu apoio da ministra do Esporte, Ana Moeser, que está em visita em Sergipe, no diálogo com o Governo do Estado e com a Secretaria do Estado da Educação e Cultura (Seduc), para que enfrente esse tipo de violência no esporte, principalmente numa competição que não tem caráter profissional, mas inclusivo e pedagógico. “Recentemente, a ministra Ana Moeser disse: “Temos de tratar [pessoas transsexuais] com todo respeito e condições de inclusão. Já avançamos muito nesses parâmetros, porque algumas federações têm mais liberdade em alguns lugares do mundo. Temos que buscar dar o tratamento mais cidadão e civilizatório. E isso, ela se refere às competições profissionais. Estamos falando de uma competição pedagógica, educativa, de estímulo e inclusão de adolescentes e jovens ao esporte. Infelizmente, o que vimos foi uma grande violência”, complementou Linda.