A deputada estadual de Sergipe, Linda Brasil (Psol), utilizou o Grande Expediente na sessão desta quinta-feira, 10, para lamentar a taxa de desemprego e desocupação que atinge mais de 10% da população sergipana. Em seu discurso, a deputada também abordou uma reivindicação que recebe diariamente da população sobre pedidos de emprego em empresas terceirizadas que prestam serviços à Prefeitura Municipal de Aracaju e ao Governo do Estado.

“Essa é uma atitude que acaba sendo comum e todos os dias acontece comigo. Diariamente chegam, em minha gabineta, trabalhadoras e trabalhadores desempregadas/os, pedindo indicação para vaga de emprego em empresas terceirizadas que prestam serviços à Prefeitura de Aracaju e ao Governo do Estado. A nossa resposta, desde a Câmara Municipal, é sempre a mesma: lamentamos a situação de desemprego e desocupação pela qual mais de 10% da população passa atualmente, mas não fazemos indicação para essas empresas, porque justamente o meu papel enquanto legisladora é fiscalizar o contrato dessas empresas com o Governo do Estado e com o Município”, pontuou a deputada.

Linda criticou a relação perigosa e corriqueira que existe entre o setor público e o setor privado, que utiliza a estrutura pública para atender a interesses particulares. “O meu papel é fiscalizar essas empresas que recebem dinheiro público. Eu sempre questionei. Isso é uma ‘relação perigosa’. De maneira geral, as pessoas entendem essa minha posição ética e correta com a coisa pública e com o meu dever enquanto legisladora. O que me espanta é saber que essa é uma prática corriqueira entre agentes públicos, agentes políticos e empresas privadas. Essa relação promíscua entre o setor público e o setor privado enfraquece as estruturas do Estado e do funcionalismo público, porque usa toda essa estrutura pública para interesses privados, muitas vezes interesses escusos como uso da máquina pública para disputa política”, repudiou Linda Brasil.

De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (Pnad Contínua Trimestral) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação em Sergipe atingiu 11,9% no 1º trimestre de 2023. Em comparação com o mesmo período do ano passado, a taxa era 14,9%, o que mostra uma redução de 3,0 pontos percentuais. Mas o resultado ficou acima do registrado pelo Brasil (8,8%) e próximo ao do Nordeste (12,2%).

Para a deputada, a população precisa de políticas de geração de renda e emprego digno, formal e com todos os direitos trabalhistas garantidos. “Precisamos cobrar do Governo do Estado que as leis orçamentárias que serão votadas aqui, ainda este ano, garantam a ampliação da contratação por meio de concurso público, o pagamento do piso das categorias e o reajuste anual, para fortalecer os setores públicos, especialmente os essenciais”, destacou.

“A gente tá aqui para fortalecer que o Estado garanta condições de empregabilidade, saúde, e não a gente ser responsável por isso. Quando eu sou eleita eu sou deputada de todas e todos, independentemente de quem votou em mim ou não. Eu tenho que garantir que tenham condições de empregabilidade, saúde, educação para todas as pessoas”, complementou a deputada.

PARALISAÇÃO DA SAÚDE:

Ainda na tribuna, a deputada se solidarizou com as/os servidoras/res da Secretaria de Saúde de Sergipe, que paralisaram as atividades por 72 horas e reivindicam melhores condições de trabalho. O Governo reajustou apenas os salários das/os servidoras/es estatutárias/os, o que não inclui os servidores da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), da Fundação Estadual da Saúde (Funesa) e da Fundação Parreiras Horta (FPH).

“Quero me solidarizar com todas as servidoras e servidores da Saúde do Estado de Sergipe, em especial, os servidores da Fundação Hospitalar, Funesa e da Fundação Parreira Horta, que desde anteontem estão paralisados reivindicando reajuste. A gente aprovou o reajuste das/os servidores estatutárias/os, mas essas/es servidoras/es que contribuem tanto para a saúde do nosso estado não foram contempladas/os e elas/eles estão manifestando e cobrando do governo do estado esse reajuste e a valorização desses profissionais. Quero dizer às categorias da saúde que podem contar com o meu apoio para lutar pelo reajuste das/os servidoras/es das fundações, além das demais reivindicações”, afirmou Linda Brasil.

Foto: Pábulo Henrique