Evento será realizado em Montes Claros de 19 a 21 de outubro e vai reunir interessados de todo Brasil

Considerada uma iguaria ainda exótica para muitos brasileiros, porém uma riquíssima alternativa de alimentação humana e animal no semiárido, a palma forrageira será tema de um congresso em outubro, no Parque de Exposições de Montes Claros (MG). Durante três dias (19, 20 e 21), o 6º Congresso Brasileiro de Palma e Outras Forrageiras para o Semiárido e o Palmatech 2023 reunirá pesquisadores, produtores rurais, técnicos e interessados nas mais novas tecnologias envolvendo essa e outras cactáceas.

 Esta será a primeira vez que o congresso é realizado fora da região nordeste do Brasil. O evento é organizado pelo Sistema Faemg Senar e pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), com apoio da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa/Senar-PB). Os temas tratam do manejo da planta e seu uso na pecuária, outras forrageiras adaptadas ao semiárido, fruticultura das cactáceas, assistência técnica e gestão. Um dia de campo e uma cozinha show completam a programação. Além disso, haverá a apresentação de trabalhos técnico científicos durante a programação do evento.

Para a pesquisadora da área de Forragicultura e Pastagens e chefe geral da Regional Norte da Epamig, a engenheira agrônoma Leidy Rufino, o congresso será importante para que mais pessoas tenham acesso à cultura da palma, que já é bem difundida no Nordeste. “A Epamig vai apresentar pesquisas com avaliação de diferentes genótipos de palma forrageira no Semiárido Mineiro. A nossa expectativa é que sejam três dias de muito aprendizado e trocas de informações com participantes de todo Brasil e que, a partir do congresso, mais produtores passem a utilizar a palma forrageira”, adianta.

A realização desse evento em Minas Gerais mostra a importância da palma forrageira para o estado. “A cultura tem sido introduzida no Vale do Jequitinhonha e no Norte de Minas Gerais como ingrediente essencial na composição de dietas dos animais, dando importante contribuição para o desenvolvimento dessas regiões, que sofrem com as chuvas escassas e concentradas em poucos meses do ano”, explica Leidy Rufino.

“Essa é uma oportunidade de levar para a ponta as tecnologias mais modernas e inovadoras que existem para o semiárido. Reunir os principais entendedores da palma em um ambiente onde eles podem falar diretamente para quem vai utilizar essas tecnologias no dia a dia”, opina o gerente regional do Sistema Faemg em Araçuaí, o médico veterinário Luiz Rodolfo Antunes.

Palmatech 2023

Este ano, o evento será no formato presencial e soma forças ao Congresso Brasileiro de Palma. Em sua terceira edição, o evento tem foco exclusivo no fomento e na cultura da palma forrageira em Minas Gerais, em especial, nas regiões do Vale do Jequitinhonha e Norte do estado.

O Palmatech é uma oportunidade para agricultores e representantes da agroindústria conhecerem e difundirem novidades em máquinas, equipamentos, insumos, pesquisas e tecnologias para o plantio e cultivo da palma.

A palma forrageira

 A palma forrageira é uma alternativa para complementar a alimentação do gado, além de ajudar na hidratação, já que é composta por cerca de 90% de água. É rica em carboidratos não fibrosos, ingrediente fundamental na formulação e balanceamento de dietas para ruminantes. Deve ser associada com alimentos ricos em fibra, como, por exemplo, capins, silagem, feno ou cana. O plantio da palma deve ser feito cerca de 30 dias antes do início do período chuvoso, e a primeira colheita se dá normalmente depois de dois anos, a partir daí a colheita pode ser realizada anualmente.

“Provavelmente a palma é a tecnologia mais importante que apareceu para o semiárido”, afirma Luiz Rodolfo, que também é mestre em nutrição de ruminantes com a palma forrageira. “O produtor tem que entender que a palma pode ser o diferencial entre ele lucrar ou não na propriedade. Conseguimos ter custos de produção e produtividade de animais muito eficientes com a palma hoje e até climas fora do semiárido tem potencial para utilizar a palma e obter bons resultados”, analisa.

Produtores do semiárido têm acesso a cursos de capacitação e assistência técnica e gerencial que incluem a palma em seus conteúdos, oferecidos gratuitamente pelo Sistema Faemg Senar. Além de sua aplicação na alimentação dos animais, o Senar Minas conta com o curso de Palma na Alimentação Humana, que ensina receitas utilizando a planta. A entidade ainda promove o Programa Palmas para Minas, que incentiva a produção da palma forrageira como alternativa para alimentação dos rebanhos, reduzindo custos de produção e riscos de perdas.

Pesquisa e Difusão de Tecnologia

Desde 2009 a EPAMIG desenvolve estudos e incentiva o cultivo e a utilização da palma forrageira em municípios do Norte de Minas e do Vale do Jequitinhonha. A planta é uma alternativa para alimentação do gado e manutenção do sistema pecuário no semiárido, isso porque, adapta-se a longos períodos de estiagem e é pouco exigente em água, além de apresentar elevada produtividade. Em 2017, a Empresa implantou em Nova Porteirinha, sede da EPAMIG Norte, o Banco de Germoplasma para a avaliação de 25 genótipos de Palma Forrageira. O trabalho de difusão de tecnologia já distribuiu mais de 1,4 milhão de mudas por meio do programa RedePalma, que até 2022 está presente em 41 municípios, no total de 84 Unidades Demonstrativas e 384 Campos de Multiplicação.

Serviço:

6º Congresso Brasileiro de Palma e Outras Forrageiras para o Semiárido e Palmatech 2023

19, 20 e 21 de outubro de 2023

Parque de Exposições José Athayde – Montes Claros (MG)

Mais informações e inscrições: https://palmatech.com.br/congresso_nacional_de_palma/