Em tratamento contra um câncer, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, de 40 anos, decidiu se licenciar do cargo por 30 dias. A informação foi confirmada por assessores na tarde deste domingo (2).

"Com o surgimento de novos focos, o Prefeito de São Paulo precisará de dedicação integral ao tratamento e entende que não será compatível com as suas responsabilidades e compromisso com a cidade e os paulistanos", diz a assessoria, em nota. 

Covas voltou a ser internado ainda neste domingo (2) no hospital Sírio Libanês para fazer exames e dar continuidade à quimioterapia e à imunoterapia. Esta internação estava prevista para acontecer na segunda (3).

Ao jornal O Estado de S. Paulo, o médico David Uip, que acompanha o tratamento de Covas, afirmou que o motivo do afastamento são reações adversas que o prefeito pode enfrentar. "Ele precisa se dedicar ao tratamento, que pode levar a reações adversas, como náuseas e vômitos. É um tratamento pesado. Por isso achamos melhor que ele se afaste."

O médico Tulio Pfeiffer, que também integra a equipe médica que acompanha Covas, relatou que esteve de manhã na casa do prefeito conversaram sobre o pedido de licença. "Ele mesmo preferiu tirar uma licença de 30 dias para se dedicar ao tratamento. Mencionou que não estava com a produtividade esperada e nem a que a cidade merecia."

O ofício com o pedido de afastamento por 30 dias será enviado à Câmara Municipal de São Paulo na segunda-feira (3). O presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (DEM), informou que assim que notificado dará publicidade ao pedido de licença médica e comunicará o vice-prefeito que passa a responder pelo comando da cidade. Segundo Leite, o processo é meramente formal, não havendo necessidade de qualquer tipo de aprovação pela Casa.

Tratamento

Desde outubro de 2019, o prefeito está em tratamento contra um câncer na cárdia, órgão de transição entre estômago e esôfago, com metástase no fígado.

A última internação durou 12 dias, com alta na última quinta-feira (27). Devido ao agravamento, ele precisou ficar internado mais tempo que o previsto, e recebeu tratamento oncológico com um novo protocolo de quimioterapia em conjunto com imunoterapia. Covas chegou a receber alimentação complementar por via intravenosa e apresentou acúmulo de líquidos ao redor do pulmão e no abdômen, o que prolongou o tratamento.

Ele continua sendo atendido com um protocolo que inclui tanto quimioterapia quanto imunoterapia, e o prognóstico é que siga ambos os procedimentos com aplicações dos medicamentos em sessões 48 horas de duração, a cada duas semanas.

Além de tratare cinco pontos da doença no fígado, ele também tem um tumor nos ossos da bacia e outro nos da coluna vertebral.

Vice assume

Quem assume o cargo é o vice, Ricardo Nunes (MDB). Durante a corrida pela prefeitura em 2020, Nunes foi um dos principais alvos de críticas à campanha do colega tucano até novembro passado. 

Filiado ao MDB desde os 18 anos, Ricardo Nunes é empresário e foi vereador de São Paulo pelo partido em duas oportunidades: de 2013 a 2016 e de 2017 a 2020. No ano passado, foi eleito vice-prefeito na chapa de Bruno Covas (PSDB) pelo comando executivo da capital paulista.

Nunes foi presidente da Aeseul (Associação Empresarial da Região Sul) e fundou a Adesp (Associação das Empresas Controladoras de Pragas do Estado de São Paulo) e a Abrafit (Associação Brasileira das Empresas de Tratamento Fitossanitário e Quarentenário).

Fonte: R7

Foto: Antônio Molina