O deputado Rodrigo Valadares (União Brasil) fez um pronunciamento na Sessão Plenária desta terça-feira, 7, dirigindo-se às professoras que integram o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Sergipe (Sintese) que estavam nas galerias segurando cartazes com palavras de ordem contra o parlamentar, em virtude de afirmações contrárias à entidade, quando da votação do Projeto do Executivo retirando a contribuição previdenciária de 14% para aposentados e pensionistas.

“Esse sindicato está sendo criminoso. Eu fiz um pronunciamento semana passada e coloquei nas minhas redes sociais fazendo uma comparação deste sindicato com uma pessoa que sofre um relacionamento abusivo, que muitas vezes por questões financeiras e emocionais não consegue se desvincular do relacionamento. É assim que eu identifico esse sindicato, que há 20 anos vota nas mesmas pessoas e está aí reclamando dos mesmos problemas. Eles distorceram minha fala criminosamente e serão processados por isso, afirmando que eu disse que mulher gostava de apanhar. Um absurdo sem tamanho”, reclamou o deputado Rodrigo Valadares.

O parlamentar complementou: “Esse sindicato é mentiroso, pelego, tomador de dinheiro de professor e aposentado. Vocês há muitos anos não sabem o que é uma sala de aula e vivem mamando tirando dinheiro dos professores. O Sintese recebe cerca de 400 mil reais por mês para sustentar os pelegos que fazem politicagem barata e mentirosa. Estão plantando essa mentira porque não sabem debater no campo das ideias, apoiam esses governos e dizem que sou fascista e machista”, finalizando o discurso no Pequeno expediente da Sessão Plenária.

Solidário

Inscrito como segundo orador no pequeno expediente da sessão plenária de hoje,07 de junho, o deputado Iran Barbosa (PSOL) usou a tribuna para observar a manifestação das mulheres. “É importante dizer que, quando o deputado ataca um sindicato fica ruim, pois na verdade as mulheres são muito maiores do que a disputa sindical. Essa é uma entidade essencial para a luta dos professores da rede pública estadual, que têm uma história construída e tem que ser respeitada. Aqui foram feitas acusações muito graves, chamando os integrantes do Sintese de criminosos, tomadores de dinheiro, pelego e que utilizam a categoria como massa de manobra. Expressões que tentam descredenciar a sociedade civil. Nós compomos o Poder e temos que reconhecer que a sociedade civil tem a prerrogativa de se organizar”, discursou. 

O parlamentar do PSOL destacou que a manifestação tem relação com o que as mulheres  que se sentiram ofendidas. “Não concordamos que as sindicalistas sejam comparadas às mulheres que apanham dos maridos e continuam com eles. Eu ouvi isso aqui. Esse tipo de abordagem não pode estimular esse tipo de comportamento machista e temos que ter o trabalho pedagógico de ajudar no processo educativo da população fazendo a discussão do que é o movimento sindical. Quero me solidarizar com todas as pessoas que sentiram agredidas por Vossa Excelência”, disse Iran. 

Mediação

Presidente na sessão, o deputado Francisco Gualberto (PSD), explicou o que prevê o Regimento Interno da Casa Legislativa. “A obrigação do presidente é tentar ser mediador e tentar conduzir os trabalhos da melhor forma possível. Eu já fui vaiado nesse plenário por outras questões a exemplo de discussão de projetos e já fui aplaudido. O regimento diz que as manifestação de cartazes podem existir, assim como a presença de pessoas. O regimento da mesma forma que impede que os deputados sejam vaiados, impede que sejam aplaudidos. Se tem algo judicial, não é no Parlamento que vai resolver; é outro campo. Eu peço a compreensão do deputado Rodrigo Valadares assim como dos professores, para que a condução da sessão possa continuar sendo feita”, solicitou Francisco Gualberto, dando seguimento a sessão que contou na segunda parte com a prestação de contas da secretária de Estado da Saúde, Mércia Feitosa, na Sala de Comissões. 

Fonte: Alese

Foto: Jadilson Simões