Senador Rogério Carvalho convoca órgãos fiscalizadores federais para apurar denúncias de abusos, perseguições políticas e retaliações a opositores do Governo de Sergipe
O senador Rogério Carvalho (PT/SE) denunciou, na tarde desta quarta-feira, 06, a série de perseguições e retaliações que adversários políticos da atual gestão do Governo de Sergipe vêm sofrendo por se colocarem contrários as medidas impostas pela administração estadual. Ele destacou que “Sergipe se tornou um estado policial” e que “há questões que precisam ser ditas e reveladas para chamar a atenção do Brasil para o que vem acontecendo no pequeno estado de Sergipe”.
De acordo com o senador, atualmente “os instrumentos e as instituições do estado são colocados para perseguir”, fator que, em seu entendimento, tem acarretado “grandes injustiças”. “O estado de Sergipe vive uma situação em que as pessoas são informadas de que serão investigadas e de que serão presas por ameaçar a posição política ideológica que essas pessoas porventura assumem”, afirmou
“Por isso, quero chamar a atenção de alguns órgãos de controle como CNMP, como CNJ, e que isso não pode continuar a acontecer em nenhuma parte do país. Não é natural uma pessoa chegar no meio da rua e dizer para um ex-prefeito que ele será preso no dia seguinte. Ou chegar e anunciar que alguém será preso no dia seguinte se essa pessoa não é autoridade, é apenas um adversário político, e se concretiza no dia seguinte a prisão daquela pessoa que fora ameaçada. Estou sendo muito leve na crítica para não passar nomes e não fazer acusações levianas, mas isso é muito grave”, acrescentou.
Carvalho revelou, ainda, que “existe uma delegacia que atua na investigação de corrupção ou de atos que lesam o patrimônio público do nosso estado, que age seletivamente, indo atrás daqueles que se colocam como adversários do governador”. “E na sequência, algumas comarcas, determinados promotores agem em torno daquele ou daquela que se coloca como adversário do governador. Então eu quero chamar a atenção do Brasil. Isso já foi visto. E a gente sabe no que deu”, disparou.
“Isso a gente viu o quanto foi deletério para a democracia brasileira e o que produziu. Produziu o que a gente derrotou e acabou de derrotar no dia oito de janeiro, que foi uma tentativa de golpe, uma tentativa autoritária de exercer ou de querer exercer o poder no Brasil. É sabido que no meu estado, conselheiros do tribunal de contas, chamam políticos que exercem mandatos de prefeitos ou prefeitas e dizem que aquele político tem que assinar esta ou aquela ficha de filiação sob pena de ser investigado, perseguido, condenado. Isso é muito grave”, alertou.
“As pessoas estão com medo de fazer denúncias”
Dando continuidade á serie de denúncias, o senador Rogério disse que “quando eu pergunto àqueles que foram vítimas se querem formalizar uma denúncia, dizem que se fizerem isso vão piorar sua situação”.
“Por isso, eu clamo, peço e encaminharei essa denúncia ao Conselho Nacional do Ministério Público para que possamos investigar o que está acontecendo, para que as garantias e a lei que protegem o cidadão, a liberdade política, a liberdade individual, as liberdades, sejam observadas. Porque elas não estão sendo observadas e porque aqueles que descumprem a lei, inclusive abusando da autoridade, não estão sendo investigados, não estão sendo acompanhados”, revelou.
“É proibido exercer a função de oposição no estado de Sergipe, porque ser oposição vira inimigo, vira alguém que deve ser eliminado da política. E a gente sabe o que significa isso. É cível e é saudável que exista oposição, que exista liberdade de manifestação, mas não esse enfrentamento, esse aparelhamento no sentido de impedir que as pessoas possam exercer livremente sua posição”, destacou.
”O Brasil precisa saber o que está acontecendo em Sergipe”
Outro ponto abordado pelo senador Rogério tem relação com os descasos na área da saúde, com atrasos em tratamentos oncológicos e ausência de medicações importantes. “Peço ao CNMP que olhe para Sergipe e que avalie o que está acontecendo com as nossas instituições, que deveriam estar garantindo o cumprimento da lei e garantindo o direito difuso da sociedade sergipana. Tanto o Ministério Público Federal quanto o Ministério Público Estadual, as pessoas estão com medo de denunciar que estão sem acesso a medicamentos e tratamento oncológico, com medo de não conseguir mais ter acesso ao tratamento oncológico”, disse.
“As pessoas estão com medo de denunciar que estão sendo prejudicadas na fila, com medo de não voltarem mais para a fila e de não receberem tratamento. Então, esta é uma denúncia que cabe uma investigação tanto da atuação do Ministério Público Federal quanto do Ministério Público Estadual em suas atribuições, que é de fundamental importância para que a sociedade cumpra o papel que a constitui, que a gente tenha o processo democrático, o estado democrático de direito conforme está posto na Constituição e que essas instituições cumpram o papel da defesa do interesse difuso de brasileiros e brasileiras, de sergipanos e sergipanas”, concluiu.
Da assessoria