A redução do preço do gás natural e o papel de Sergipe no avanço do setor foram destaques no discurso do senador durante o evento “Experiências Internacionais em Gas Release e Plano de Infraestruturas de Gás Natural e Biometano”, realizado pelo Ministério de Minas e Energia (MME). O parlamentar, que foi relator da Lei do Gás na Câmara dos Deputados, ressaltou os avanços já conquistados, mas reforçou a necessidade de novas medidas para garantir um mercado mais competitivo e acessível aos consumidores.

O senador elogiou o programa Gás para Empregar, do Governo Federal, que busca aumentar a oferta de gás natural e reduzir custos em diferentes elos da cadeia produtiva. Ele defendeu a revisão de contratos antigos e a redução da reinjeção excessiva de gás, fatores que impactam diretamente no preço do insumo.

Sergipe foi apontado pelo parlamentar como um exemplo de estado que tem liderado a luta por um mercado de gás mais eficiente e acessível. Ele citou a audiência pública realizada recentemente para rever o contrato de concessão da distribuidora local, firmado há mais de 30 anos e considerado defasado. O movimento recebeu apoio de entidades do setor e do ministro Alexandre Silveira, sendo visto como um modelo para outras unidades da federação. “Sergipe tem mostrado coragem ao enfrentar esse desafio, e esse protagonismo precisa ser reconhecido e incentivado”, afirmou.

O senador também alertou para a morosidade na regulação da nova Lei do Gás pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), apontando que essa demora atrasa a ampliação da produção nacional e a desconcentração do mercado. Segundo ele, a Petrobras deve focar na expansão da sua própria produção, evitando estratégias que possam controlar artificialmente os preços. “Precisamos garantir que o gás que for produzido chegue ao mercado de forma competitiva, permitindo uma redução efetiva no preço da molécula”, destacou.

Por fim, o parlamentar reafirmou seu compromisso com a pauta e anunciou que pretende apresentar um novo projeto para impulsionar ainda mais o setor. “O objetivo é claro: reduzir o preço do gás natural, fortalecer a indústria nacional e beneficiar diretamente o setor de transporte e as famílias brasileiras. E Sergipe continuará sendo um exemplo nesse processo”, concluiu.

ELOGIO DO MINISTRO

Em seguida, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silvera elogiou a luta do senador para baixar o preço do gás natural para impulsionar a indústria nacional. Durante o evento, ele destacou que o recurso é essencial para a competitividade do país, a transição energética e a segurança alimentar. Segundo o ministro, um mercado mais aberto e regulado pode garantir preços mais justos e beneficiar tanto o setor produtivo quanto os consumidores.

Uma das principais críticas do ministro foi ao alto custo do gás natural no Brasil. Ele ressaltou que, apesar de o preço na “cabeça do poço” ser de apenas US$ 2,5 por milhão de BTU, o valor para o consumidor final pode chegar a US$ 14,50. “Nosso gás natural tem que ter um preço acessível! Precisa de baixo custo para impulsionar a indústria e beneficiar o consumidor”, afirmou. Para enfrentar esse problema, ele anunciou medidas como a renegociação dos contratos de transporte e a adoção de um novo marco regulatório para equilibrar os preços.

O ministro também destacou que o monopólio no setor é um dos fatores que encarecem o gás e defendeu maior concorrência para reduzir os preços. “Um punhado de fornecedores não pode deter o controle de todo o mercado brasileiro. A indústria e a população não podem ser impedidas de ter acesso ao gás natural barato”, declarou. Ele garantiu que está empenhado em modernizar o setor, seguindo exemplos internacionais de sucesso, e reforçou que uma regulação mais forte será essencial para garantir preços mais baixos e serviços de melhor qualidade.