A partir de uma avaliação quantitativa dos atendimentos de saúde prestados aos pacientes com síndromes gripais na rede municipal, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), identificou aumento no número de casos em crianças. Foi registrado na última semana epidemiológica o total de 433 atendimentos ao público infantil, sendo o maior número registrado este ano, representando um aumento de aproximadamente 42% em relação à semana passada, quando foram atendidas 305 crianças com síndromes gripais.
Conforme a médica infectologista da SMS, Fabrízia Tavares, as variações nas temperaturas climáticas ajudaram no aumento da incidência de doenças respiratórias, como rinite, sinusite, gripes e resfriados, além de infecções respiratórias, principalmente em crianças.
“Como consequência, diante da mudança no clima e nas oscilações das temperaturas, ocorreu uma maior prevalência de vírus respiratórios, como influenza, adenovírus e, até mesmo, coronavírus. É um período de sazonalidade das doenças respiratórias agudas, com aumento do número de casos de síndromes gripais. Para evitar a proliferação de vírus durante essa temporada, reforçamos a população acerca das precauções necessárias que devem ser adotadas em caso de contaminação”, destaca.
Vacinação e etiqueta respiratória
De acordo com a especialista, é de extrema importância que as pessoas continuem se imunizando e atualizando seu cartão vacinal, tanto para a covid-19, quanto para a influenza. “Com a maior cobertura vacinal, minimizamos os riscos de casos mais graves e, consequentemente, haverá uma redução da carga viral, prevenindo o surgimento de complicações decorrentes da doença e a diminuição da sobrecarga nos serviços de saúde. Já foi comprovado que a vacinação em massa, baixa significativamente o número de casos graves, principalmente nos grupos prioritários e nas crianças", orienta.
Os hábitos de etiqueta respiratória utilizados durante o auge da pandemia de covid-19, também valem para prevenir as doenças que mais incidem nesta sazonalidade, a exemplo da proteção, com o braço, quando for tossir ou espirrar, e a higienização das mãos com água e sabão ou álcool.
“Entre os hábitos, destacamos a lavagem de mãos e o uso de máscara que continuam sendo os mais importantes. Estimular e estabelecer medidas que fortaleçam essas práticas de higiene, é um papel fundamental para que as pessoas continuem combatendo os vírus. Além do atendimento médico, caso os sintomas como coriza, tosse, febre, dor de cabeça ou congestão nasal apareçam, a orientação é que o uso da máscara seja adotado e que a pessoa com sintomas busque realizar testagem para identificação da covid-19”, reforça a infectologista.
Atendimento
O Centro de Atendimento e Triagem da Síndrome Gripal de Aracaju, localizado na rua José de Carvalho Cunha, 219, bairro Coroa do Meio, funciona com atendimentos de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h. Além do Centro, também continua sendo ofertado serviços para síndromes gripais nas Unidades de Saúde da Família (USF). Já os pacientes com casos mais graves são assistidos no Hospital Fernando Franco e Nestor Piva.
Segundo o médico do Hospital Fernando Franco, William Barcelos, é orientado que sejam observados os sintomas que a criança apresenta para, a partir daí, procurar o tratamento correto.
“Caso a criança apresente apenas coriza, febre, há menos de três dias, que não esteja hipoativa fora dos momentos de febre, que não esteja cansando e que venha mantendo uma alimentação razoável, orientamos que ela seja levada a uma Unidade de Saúde da Família para fazer tratamentos sintomáticos como aerossol, remédio para febre e observação da criança”, explica o médico.
Ele ressalta que, caso os sintomas persistam ou piorem, a criança deve ser levada a uma urgência. “A criança que mostra que está com dificuldade de respirar a ponto de fazer um esforço respiratório importante, ou seja, que está cansando, como se tivesse acabado de correr, que esteja com mais de três dias de febre e, entre os períodos da febre, ela fica mais hipoativa e há mais de 24 horas sem se alimentar que não consegue comer nada, ou então crianças pequenas que estejam extremamente irritadas e chorosas, isso são sinais de gravidade. Daí, é preciso levar mesmo ao hospital”, reforça William.
O médico orienta ainda que, sempre que a criança ou alguém da família estiver com sintomas gripais, é importante evitar mandar para a escola e ter relação social mais próxima. “Isso evita que outras crianças fiquem doentes. Se todo mundo fizer isso, a quantidade de vírus disseminado será muito menor e a comunidade terá menos crianças doentes neste período de sazonalidade”, complementa.