Na última segunda-feira (3), no entanto, o humorista apresentou piora significativa nos sinais vitais após identificação de uma embolia, que afetou, entre outras coisas, o sistema nervoso central. Na noite de terça-feira (4), diante do agravamento da situação, o quadro clínico ficou irreversível. A informação da morte foi confirmada por meio de comunicado oficial divulgado pela assessoria de imprensa de Paulo.
"Às 21:12h desta terça-feira (4), lamentavelmente o paciente Paulo Gustavo Monteiro faleceu, vítima da covid-19 e suas complicações.
Em todos os momentos de sua internação, tanto o paciente quanto os seus familiares e amigos próximos tiveram condutas irretocáveis, transmitindo confiança na equipe médica e nos demais profissionais que participaram de seu tratamento.
A equipe profissional que participou de seu tratamento está profundamente consternada e solidária ao sofrimento de todos."
Internação
O comediante estava internado desde o dia 13 de março, em um hospital particular do Rio de Janeiro, após ser diagnosticado com covid-19. Uma semana após a confirmação da internação, no entanto, Paulo Gustavo precisou ser transferido para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para ser intubado.
Dias depois, em 2 de abril, o quadro do humorista piorou e ele foi submetido ao uso de ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea) — aparelho que funciona como um pulmão artificial e oferece oxigenação para pacientes em estado crítico. Devido às sessões, ele precisou fazer uma transfusão de sangue.
No último dia 9 de abril, Paulo Gustavo passou por mais um procedimento médico devido às complicações pulmonares causadas pela doença. Após a microcirurgia, o quadro chegou a ficar estável. Dias depois, em 26 de abril, ele foi diagnosticado com uma nova pneumonia bacteriana.
A situação se agravou ainda mais no dia 2 de maio. O ator, que chegou a apresentar sinais de melhora, sofreu uma piora repentina após identificação da embolia.
Trajetória
Paulo Gustavo nasceu no dia 30 de outubro de 1978 em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. O artista, que era de uma família classe média, passou grande parte da trajetória de vida na cidade fluminense, local sempre fez questão de retratar em trabalhos na TV e no cinema.
O ator começou a carreira no teatro. Em 2004, ele passou a fazer parte do elenco da peça Surto. À época, foi a primeira vez que o comediante apresentava para o público a Dona Hermínia —personagem humorístico inspirado na mãe, Déa Lúcia Vieira Amaral. No ano seguinte, deixou a montagem para integrar o time de Infraturas.
Com a repercussão do personagem, em 2016, Paulo Gustavo estreou a peça Minha Mãe É Uma Peça. O sucesso foi tanto que a montagem acabou se transformando em filme, em 2013, com outras duas continuações, em 2016 e 2019. O último longa, vale ressaltar, chegou a alcançar a marca de maior bilheteria da história do cinema nacional.
O artista também chegou a ser indicado ao Prêmio Shell, na categoria de melhor ator, por conta do monólogo em que dava vida a Dona Hermínia. O trabalho mostrava detalhes engraçados de uma dona de casa de meia idade. O temperamento dela era o resultado de observações feitas pelo próprio Paulo.
O humorista estreou na televisão em 2011, quando assumiu a função de apresentador do 220 Volts, programa exibido pelo canal pago Multishow. Dois anos depois, em 2013, ele estreou o Vai Que Cola, na mesma emissora.
O projeto, que se tornou um sucesso de audiência, acabou ultrapassando os limites da telinha e foi para no cinema, em 2015. Um ano antes, comandou o reality Paulo Gustavo na Estrada. Em 2017, Paulo Gustavo deixou o elenco de Vai Que Cola para assumir papel de destaque em A Vila.
No ano seguinte, em 2018, realizou um sonho antigo e gravou o DVD da montagem Minha Mãe É Uma Peça na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador, na Bahia —um dos espaços mais importantes da cultura baiana.
Fonte: R7
Foto: Divulgação/TV Globo