No país, 30% do total de chamados registrados equivalem a óbitos em decorrência de infartos. 

Doenças cardiovasculares ainda são uma das principais causas de morte entre os brasileiros. Segundo dados divulgados pelo próprio Ministério da Saúde, o número de vítimas de ataque cardíaco chega a 300 mil por ano, com cerca de 30% dos casos evoluindo para óbito. As previsões demonstram que emergências desse tipo devem aumentar em 250%, nos próximos quinze anos.

Diante deste panorama, o Cateterismo Cardíaco, popularmente conhecido como exame do coração, é um dos principais meios para o diagnóstico e tratamento de patologias que afetam o órgão. O procedimento consiste na inserção de um cateter através de uma artéria periférica (geralmente na virilha) ou de uma veia, avançando até chegar ao coração do paciente. 

“Durante o procedimento, são realizadas diversas medidas hemodinâmicas, como o controle da pressão arterial, o débito cardíaco e a saturação de oxigênio, além da realização de angiografias para avaliação das artérias coronárias e outras estruturas cardíacas”, explica o docente e coordenador do curso de Enfermagem em Cardiologia e Hemodinâmica da Pós-graduação Lato Sensu da Universidade Tiradentes (Unit), Arthur César de Melo.

Para tentar frear as estatísticas altas de morte de pacientes com patologias ligadas ao coração, uma das estratégias adotadas pelo Ministério da Saúde diz respeito à implantação da Linha de Cuidado do Infarto Agudo do Miocárdio. O projeto baseia-se em um conjunto de medidas que, dentre outros pontos, busca ampliar, gradativamente, os procedimentos  em pacientes cardíacos nas unidades hospitalares, habilitadas em alta complexidade cardiovascular e que atendem por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). 

Embora seja uma intervenção minimamente invasiva, muitos pacientes enfrentam limitações e dificuldades durante a fase de recuperação, incluindo dor no local de inserção do cateter, restrições de atividades e até riscos de complicações. Deste modo, a participação ativa de profissionais da saúde, a exemplo de enfermeiros especializados, é um dos fatores que fazem a diferença na hora de assegurar uma reabilitação rápida e  bem-sucedida de pacientes submetidos a este tipo de procedimento. 

“O enfermeiro especializado desempenha um papel crucial nesse tipo de intercorrência. Eles são treinados, dentre outros pontos, para realizar a administração de medicamentos, monitorar sinais vitais, interpretar resultados de exames, preparar e manusear os equipamentos necessários para o procedimento, e fornecer suporte emocional ao paciente e à família”, acrescenta o professor Arthur. 

Mais especialistas, maior a assistência aos pacientes 

Compreender a anatomia complexa do coração, interpretar exames com precisão e lidar com possíveis dificuldades durante o procedimento de cateterismo cardíaco são habilidades fundamentais para a garantia dos resultados esperados no tratamento de doenças cardiovasculares. 

A especialização para profissionais da área da enfermagem, por exemplo, possibilita o entendimento e aplicação de técnicas que auxiliam no tratamento dos pacientes seja no antes, durante ou depois de cada interferência. A comunicação clara e objetiva com outros profissionais que também atuam no decorrer desses exames é outro ponto forte da formação complementar, cuja importância é ressaltada pelo professor. 

“No caso dos cursos de especialização, o objetivo tem que ser capacitar o enfermeiro para atuar de forma competente e segura no cuidado de pacientes com doenças cardiovasculares, contribuindo para a promoção da saúde e prevenção de complicações, fazendo isso por meio, principalmente, de um currículo que combine teoria e prática e oportunidades de estágios práticos em unidades especialistas e com a devida supervisão da equipe pedagógica”, finaliza o docente. 

Asscom Unit