O dia 11/02 foi mais um marco na história do Hospital Primavera, ao ser o primeiro hospital do estado em realizar o PIPAC, trata-se de cirurgia minimamente invasiva na qual um spray de quimioterápicos é aplicado com o objetivo de penetrar mais profundamente nos tecidos. O spray aerossolizado potencializa os efeitos da quimioterapia, oferecendo baixa morbidade, recuperação rápida e possibilidade de procedimentos repetidos. O PIPAC - Quimioterapia Aerossolizada e Pressurizada Intraperitoneal, pode ser uma via de entrada para viabilizar a técnica de citorredução com quimioterapia hipertérmica (HIPEC) com a possibilidade de aumentar as chances de controle e cura do câncer na região abdominal.
A cirurgia durou cerca de 3 horas, numa paciente de 32 anos, diagnosticada com Carcinomatose Peritoneal por um câncer gástrico, este descoberto há 4 meses. A carcinomatose trata-se da disseminação peritoneal de algum tipo de câncer, geralmente de origem gastrointestinal (estômago e cólon), ou ovariana. Os sintomas são: dor e distensão abdominal, náuseas, vômitos e perda de peso sem causa aparente. Atuaram no procedimento toda a equipe cirurgiões oncológicos da Rede Primavera, um anestesiologista especializado em cirurgias com quimioterapia e demais profissionais de assistência. A responsabilidade do procedimento ficou a cargo do cirurgião oncológico e coordenador da cirurgia geral e oncológica da Rede Primavera, Dr. José Geraldo Melo Bezerra, e o Dr. Rafael Seitenfus, este líder do Grupo de Pesquisa em Doenças do Peritônio (GPDP) da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.
Segundo o Dr. José Geraldo, a cirurgia foi considerada um sucesso, a paciente apresentou respostas clínicas a quimioterapia endovenosa com áreas onde percebia-se a regressão da doença, mas com outras áreas com doença em atividade. O PIPAC atuará justamente nestas áreas que não apresentaram tanta resposta a quimioterapia endovenosa. Ressaltou que o objetivo é tentar levar a paciente para citorredução com quimioterapia hipertérmica (HIPEC). O procedimento será repetido mais duas vezes, intercalados por quimioterapia endovenosa. "Para finalizar o tratamento será necessário reunir toda equipe multidisciplinar de cirurgiões oncológicos e clínicos e verificar a possibilidade da paciente fazer uso da quimioterapia hipertérmica. A intenção é sempre proporcionar a saúde e o bem-estar do paciente", finaliza.
Fonte: assessoria