Dois anos após o primeiro caso de covid-19, a pandemia segue impactando os consultórios de quiropraxia. As marcas do confinamento são perceptíveis no nosso físico, a necessidade do isolamento social alterou a rotina de milhões de pessoas. Do dia para a noite, casas foram transformadas em escritórios ou salas de aula e o aparente conforto de cumprir o expediente no próprio lar foi substituído após algumas semanas, por queixas relacionadas à má postura. Em Aracaju, cada vez mais surgem pacientes com dores associadas ao home office, afirma a quiropraxista Dra. Letícia Gitaci.
O mais comum desses incômodos é a lombalgia ou dor nas costas, que pode surgir ao permanecermos sentados durante períodos prolongados. “Outro problema muito recorrente no consultório é a rigidez cervical, dores de cabeça e tensões mandibulares, conhecidas como DTM – Disfunções Temporomandibulares ou Bruxismo”, afirma.
Corpo rígido, ombros encolhidos, pernas pesadas, articulações doloridas, tudo isso tem aumentado na pandemia, pois além das mudanças físicas trazidas pelo isolamento e home-office, as mudanças psicológicas têm efeitos físicos em nossos corpos. “Fatores como estresse, dificuldade em equilibrar as demandas familiares e laborais, posturas e mobiliários inadequados, elevada carga horária de trabalho além de sedentarismo são algumas das mudanças que ocorrem em função da pandemia. Todo este desequilíbrio pode estar contribuindo para o surgimento destes sintomas”, explica.
Como em qualquer área da saúde, existem divergências, mas a grande maioria dos profissionais na área da quiropraxia estão completamente alinhados com o pensamento científico vigente da Organização Mundial da Saúde em relação aos cuidados necessários, principalmente da vacinação. “Existem estudos em andamento que visam demonstrar o quanto a Quiropraxia tem efeito positivo sobre o sistema imunológico, pois se concentra em melhorar a função do sistema nervoso, que pode consequentemente afetá-lo. O sistema nervoso, por sua vez, controla todas as funções do corpo, portanto, mantê-lo saudável é vital para a saúde geral. Com isso, a quiropraxia se torna extremamente indicada para a nossa saúde em geral, não só em tempos de pandemia”, ressalta Dra. Letícia.
Na pandemia, muitas pessoas passaram a praticar exercícios em casa, aumentando a possibilidade de lesões. “A prática de exercícios físicos contribui para manter a saúde física e mental, além de melhorar o sistema imunológico. Contudo a prática em casa, em respeito ao isolamento social demandado pela quarentena de combate à Covid-19, exige cuidados, pois traz riscos de lesão. A prática sem o acompanhamento profissional pode acarretar várias consequências negativas para o corpo – quedas, batidas, torções e escorregões, entre outros problemas. Mesmo para quem pretende treinar em casa, é preciso procurar a orientação de um profissional da área e se certificar que tem um espaço adequado para a prática, vestindo roupas adequadas e sempre respeitando os limites do corpo”, orienta.
Dra. Letícia Gitaci preparou uma lista com dicas para aqueles (as) que desejam preservar a coluna durante o home office, confira:
• Evite trabalhar com o notebook no colo, na cama ou no sofá;
• procure manter sua rotina, a começar pelas horas trabalhadas, evitando exageros;
• mantenha a rotina de atividades físicas, mesmo em casa, evitando ficar o dia inteiro parado à frente do computador;
• lembre-se sempre de sentar corretamente na cadeira. Se necessário, coloque uma almofada no assento ou nas costas, para minimizar o desconforto;
• tente sentar sobre os ossos do quadril, mantendo as pernas em 90° e os pés totalmente apoiados no chão ou sobre um apoio, que pode ser uma caixa de sapatos ou mesmo uma pilha de revistas. Uma dica para alongar os músculos da cadeia posterior das pernas é revezar os dois pés acima do apoio;
• coloque o notebook em cima de uma mesa e procure sempre deixar os cotovelos apoiados, para não sobrecarregar ombros e pescoço, preservando a coluna cervical;
• ao digitar, mantenha sempre a coluna ereta. O notebook (ou tela do PC) deve ficar na altura dos olhos, para não forçar os ombros, a cervical ou prejudicar a visão.
Fonte: Rodrigo Alves, Jornalista.
Foto: divulgação.