Caso recente amplia discussão sobre população estar atenta aos sinais que o corpo pode nos dar e a importância de check up periódico  

Na última semana muito tem se falado sobre o câncer que Lua, de 1 ano e 3 meses, filha dos jornalistas Tiago Leifert e Daiana Garbin, está enfrentado. O retinoblastoma, tumor que acomete um ou dois olhos, é mais comum em crianças menores de cinco anos e é um tipo raro de câncer. Assim como o retinoblastoma, existem diversos outros cânceres raros e que merecem atenção da sociedade para o diagnóstico e início imediato do tratamento.   

Neste dia 4 de fevereiro, Dia Mundial de Combate ao Câncer, a médica hematologista e professora da Faculdade Ages de Medicina de Jacobina, Érika Maria de Macedo Costa, pontua que existem mais de 200 tipos raros da doença, alguns mais comuns em crianças, outros em adultos. Por isso, a faixa etária é importante para pensar no diagnóstico possível da neoplasia apresentada. 

 “São exemplos de cânceres raros o linfoma não Hodgkin, ele tem origem nas células do sistema linfático e tem incidência anual de cerca de 6,31 casos novos a cada 100 mil homens e 5,07 para cada 100 mil mulheres. Outro tipo de câncer raro são as leucemias e as leucemias agudas, patologia que atinge a medula óssea e que tem prevalência de 5,67 casos novos a cada 100 mil homens e 4,56 casos novos para cada 100 mil mulheres”, informou. 

  A hematologista explica que um câncer é considerado raro quando ele tem baixa incidência na população se comparado a outros tipos. “No Brasil, a quantidade de diagnósticos do câncer de mama, pele e próstata são bem mais comuns que as leucemias e o linfoma, por exemplo. No entanto, deve-se pontuar que, por ser raro, não necessariamente irá dizer que é mais agressivo nem mais difícil de curar”, frisa a médica, pontuando ainda que cânceres raros também podem estar relacionados ao aparecimento da doença em locais pouco convencionais.  

“Por serem raros, da descoberta até o diagnóstico é mais difícil, pois muitas vezes é tardio. Isso implica em um tratamento também tardio e risco de complicações maiores. No entanto, há sinais e sintomas que devemos observar, pois sempre haverá algum que está mais frequente: perda de peso não explicada, febre recorrente, sudorese noturna anormal, dores ósseas progressivas intensas, entre outros”, alertou.   

Os exames de rastreio sempre devem ser realizados para detecção precoce do câncer e de outras doenças. “A ida ao médico uma vez ao ano, a realização dos exames de rotina e a percepção de sintomas e sinais que não estavam ali antes são importantes para a descoberta e início do tratamento o quanto antes”, finalizou Erika Matos. 

Fonte: Greyce Andrade