O Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses foi a primeira instituição a utilizar o termo no Brasil, tornando-o conhecido no país.
Os pulses, também conhecidos como supergrãos, estão cada vez mais presentes na alimentação devido aos seus valores nutricionais e benefícios para a saúde. Estes alimentos, como feijões, lentilhas, ervilhas e grão-de-bico, destacam-se pela sua riqueza nutricional e versatilidade culinária. A palavra Pulse deriva do termo latino Puls, que significa "sopa espessa". Ao serem cozidos, esses grãos produzem um caldo denso, o que justifica a designação de Pulses.
O Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (IBRAFE) foi pioneiro ao introduzir o termo no Brasil, tornando-o reconhecido no país. Com mais de 800 milhões de pessoas globalmente sofrendo de subnutrição crônica ou aguda e o aumento de problemas de saúde associados a dietas deficientes, os Pulses desempenham um papel crucial na segurança alimentar e nutrição, devido à sua alta densidade nutricional, custo acessível em comparação com outras fontes de proteína, resistência como culturas agrícolas, capacidade de armazenamento prolongado e contribuição para a diversidade dietética das populações, sendo uma alternativa de proteína e nutrientes.
A Gastróloga e professora de Gastronomia da Universidade Tiradentes (Unit), Romy Gleyse Barros, destaca que os pulses também são uma excelente opção alimentar para aqueles que buscam controlar o peso, devido ao seu conteúdo de fibras, proteínas, baixo índice glicêmico e versatilidade culinária. "Incluir regularmente os pulses na dieta pode promover a saciedade, regular os níveis de açúcar no sangue e apoiar os objetivos de perda de peso, podendo ser integrados à dieta de várias maneiras, como saladas, sopas, ensopados, pratos principais, acompanhamentos e substitutos de farinha de trigo em preparações", destaca.
Benefícios nutricionais
Graças às suas características, os Pulses promovem saúde e até mesmo combatem condições como desnutrição, diabetes, obesidade e fome em todo o mundo. Eles têm o potencial de combater a fome. Entre os benefícios à saúde devido à sua composição nutricional, destacam-se:
Fonte de proteína vegetal: "Os pulses representam uma excelente fonte de proteína vegetal, tornando-se uma opção crucial para vegetarianos, veganos e aqueles que desejam reduzir o consumo de carne", explica Romy.
Ricos em fibras: As fibras presentes nos pulses promovem a saúde digestiva, prevenindo a constipação e mantendo a regularidade intestinal. "Além disso, as fibras solúveis presentes nesses alimentos ajudam a reduzir o colesterol e controlar os níveis de açúcar no sangue", completa.
Baixo índice glicêmico: Os pulses têm um índice glicêmico baixo, o que significa que são digeridos lentamente, proporcionando uma liberação gradual de energia. "Isso pode ajudar a manter os níveis de açúcar no sangue estáveis e fornecer uma sensação de saciedade por mais tempo, auxiliando no controle de peso", reforça.
Ricos em vitaminas e minerais: Os pulses são uma fonte de diversas vitaminas e minerais essenciais, incluindo ferro, potássio, magnésio, folato e vitaminas do complexo B. "Esses nutrientes desempenham papéis importantes em várias funções corporais, como saúde óssea, função muscular e produção de energia", destaca a especialista.
Promoção da saúde cardiovascular: Devido ao seu teor de fibras, o consumo de pulses pode ajudar a reduzir os níveis de colesterol LDL (colesterol ruim) no sangue. "Além disso, a presença de potássio nos pulses pode ajudar a regular a pressão arterial", acrescenta a gastróloga.
Alternativa para o veganismo e possíveis alergias
Romy ressalta que para veganos e vegetarianos, os pulses são fundamentais na dieta, fornecendo proteína vegetal e outros nutrientes essenciais. "Entretanto, é importante diversificar as fontes de proteína para garantir a ingestão adequada de todos os aminoácidos essenciais. Além dos pulses, veganos e vegetarianos devem incluir outras fontes de proteína vegetal em suas dietas, como nozes, sementes, tofu e produtos à base de soja", reforça.
Embora as alergias aos pulses sejam menos comuns do que alergias a outros alimentos, como nozes, leite e ovos, elas ainda podem ocorrer. "As alergias alimentares aos pulses geralmente são causadas por uma reação a certas proteínas presentes nos pulses e, portanto, pessoas com alergias a pulses devem evitar o consumo desses alimentos e ler atentamente os rótulos dos produtos alimentares para identificar qualquer ingrediente derivado de pulses", orienta Romy.
Preparo e consumo
Para maximizar os benefícios nutricionais dos pulses, existem algumas formas ideais de prepará-los:
Demolhar: Antes de cozinhar, é recomendável deixar os pulses de molho em água por várias horas ou durante a noite. "Isso ajuda a reduzir os níveis de fitatos e ácido fítico, que podem interferir na absorção de minerais como ferro e zinco, além de tornar os pulses mais fáceis de digerir", recomenda.
Cozinhar com especiarias e ervas: Adicionar especiarias e ervas durante o cozimento pode dar sabor aos pulses sem a necessidade de adicionar muito sal. "Além de melhorar o sabor, muitas especiarias e ervas têm propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que podem aumentar os benefícios nutricionais", observa.
Consumir com alimentos ricos em vitamina C: Consumir pulses com alimentos ricos em vitamina C, como laranja, kiwi, brócolis ou limão, pode ajudar a aumentar a absorção de ferro não heme presente nos pulses. "A vitamina C auxilia na conversão do ferro não heme em uma forma mais facilmente absorvível pelo organismo", complementa.
As principais diferenças entre as apresentações de pulses, segundo Romy, estão no teor de sódio, já que pulses enlatados normalmente contêm mais sódio do que os pulses secos. "No processo de congelamento e enlatamento, pode haver perda de nutrientes, como vitamina C e vitaminas do complexo B, e, além disso, podem ser adicionados aditivos, como conservantes e estabilizadores. Portanto, sempre que possível, dê preferência ao uso de pulses secos", reforça.
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