Diagnóstico e tratamento de Parkinson e Alzheimer; demência; lesões cerebrais; transtornos de aprendizagem e deficiências cognitivas contam com a participação do profissional da área
Explorar a complexa e profunda relação entre o cérebro e o comportamento. Este tem sido o principal objetivo que envolve o campo de atuação da Neuropsicologia e um dos maiores desafios para os estudantes que optam por esta formação especializada, com variadas possibilidades de inserção profissional, em razão, principalmente, de um número cada vez maior de diagnósticos de transtornos mentais. Em todo o mundo, casos desse tipo afetam cerca de um bilhão de pessoas, conforme estudo elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre adolescentes, o percentual é de 14%.
Na prática, quadros clínicos como doença de Parkinson e Alzheimer; demência; lesões cerebrais; transtornos de aprendizagem e deficiências cognitivas contam com a participação do profissional da área, seja no diagnóstico ou tratamento. O caráter social também é outro ponto relevante ligado à especialização. Uma oferta maior de novos neuropsicólogos, sobretudo daqueles que operam diretamente em clínicas-escolas e no Sistema Único de Saúde (SUS), pode ajudar a reduzir a espera alta de pacientes que necessitam do laudo para fins de benefícios junto ao INSS.
Para a coordenadora do curso de Neuropsicologia da Pós-graduação Lato Sensu da Universidade Tiradentes (Unit), Jacqueline Xavier, o ingresso na especialização requer conhecimentos básicos e está aberto para profissionais de diferentes áreas.
“Para entrar nesta formação tão relevante para a sociedade, é preciso entender sobre a psicologia e a neurologia, buscando um conhecimento aprofundado de ambas, de modo a trabalhar esses pontos de uma forma muito mais efetiva junto ao paciente, no momento do laudo. Outra questão é que a especialização em Neuropsicologia pode ser feita não apenas por psicólogos, mas também por profissionais ligados à pedagogia, assistência social, fonoaudiologia, entre outras áreas”, pontua Jacqueline que também é assistente social na Clínica de Psicologia da Unit.
A carreira como neuropsicólogo oferece ainda diferentes esferas de atuação, cada qual em contextos específicos. Uma das principais é a Neuropsicologia Clínica, conforme destacado pelo portal Guia da Carreira. A área possibilita contato direto com pacientes nas próprias clínicas, a partir de avaliações neuropsicológicas e apoio no tratamento de distúrbios neurológicos e psicológicos. Outros campos de atuação incluem também a Neuropsicologia escolar e educacional; Neuropsicologia hospitalar; Neuropsicologia forense e Neuropsicologia esportiva.
Foco além das avaliações
Na área da Neuropsicologia, assim como em outras, a dinâmica relação entre teoria e prática é um dos fatores mais fundamentais na formação de especialistas. Muito antes das avaliações neuropsicológicas serem aplicadas, não deixar de lado o conhecimento teórico de aspectos como raciocínio e memória, é parte essencial na hora de se construir a base que levará esses profissionais a diagnósticos mais assertivos e que considerem a particularidade de cada paciente.
“Tudo isso deve fazer parte da rotina de estudos do profissional que está em processo de especialização na área da Neuropsicologia. É preciso estudar as técnicas que farão com que esses pacientes sejam melhor assistidos durante os estágios e atividades em laboratório, o que leva a outro ponto crucial da especialização que é ter contato com pacientes reais, com casos reais, além da supervisão e acompanhamento de professores qualificados”, acrescenta a coordenadora do curso de Neuropsicologia da Pós-graduação Lato Sensu da Universidade Tiradentes (Unit), Jacqueline Xavier.
Em meio aos futuros novos neuropsicólogos, Clara Miranda, aluna do curso de pós-graduação da Unit, iniciado no último sábado (9), encontrou uma razão mais do que especial para embarcar nesta especialização: o diagnóstico da filha com Transtorno do Espectro Autista.
“Foi um conjunto de fatores que me trouxe até esse curso. Antes, eu era mais voltada para a psicologia social e da saúde do trabalhador, e depois do diagnóstico da minha filha, passei a ter mais interesse na Neuropsicologia. Coincidentemente, comecei a atuar também na área da educação e percebi uma quantidade enorme de alunos com dificuldade de aprendizagem, em razão de alguns transtornos. A expectativa, claro, é muito boa, pois sempre é bom aprender mais e colaborar mais ainda, tanto no meu trabalho quanto na vida pessoal”, compartilha a psicóloga.
Asscom Unit