Larissa de Araújo Correia Teixeira conta que escolheu realizar o Internato de Neurocirurgia por ser uma desejo antigo de se especializar na área devido a uma experiência familiar.
Durante a residência, os estudantes e os médicos recém-formados têm a oportunidade de adquirir conhecimentos práticos e como é a rotina prática dos profissionais. Foi assim com a estudante do curso de Medicina da Universidade Tiradentes (Unit), Larissa de Araújo Correia Teixeira, que realizou o Internato Médico durante o mês no Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC), em São Paulo.
Ela conta que desde o início da graduação procurava uma experiência de realização de estágio em novos lugares. “O Hospital Alemão Oswaldo Cruz foi uma oportunidade de viver a medicina em um dos maiores hospitais de serviço privado do Brasil e um dos maiores centros hospitalares da América Latina, sendo referência em serviços de alta complexidade. E o momento do internato é ideal para vivenciar isso, visto que já carregamos uma grande bagagem de conhecimento”, afirma.
O processo seletivo constitui-se de uma avaliação curricular e posteriormente uma entrevista com a coordenação do curso e do internato. “Durante todo o curso me empenhei em realizar atividades extracurriculares. Além do ensino teórico e prático que a faculdade trazia, eu procurava constantemente por pesquisa e neurociência, e a Unit me possibilitou ter essa vivência na área científica. Me dediquei em ter uma ótima média no histórico acadêmico, realizei e publiquei diversas pesquisas, fui a diversos eventos científicos e isso contabilizou muito no processo seletivo”, ressalta.
Receber a afirmativa que poderia ter essa oportunidade foi acolhida com muito entusiasmo. “Foi extremamente gratificante ver que o caminho que percorri ao longo do curso me abriu essa porta. Uma sensação de dever cumprido e muito orgulho por ter a chance de aprender com alguns dos melhores profissionais da América Latina”, declara.
A estudante conta que escolheu realizar o Internato de Neurocirurgia por ser uma desejo antigo de se especializar na área devido a uma experiência familiar. “Sempre fui apaixonada por neuroanatomia, cirurgia e medicina intensiva. São as áreas que me atraem bastante. A área da neurocirurgia é muito ampla e engloba tudo o que tenho interesse em seguir e meu propósito de vida. Entretanto, mesmo antes de tudo isso, eu tive uma relação muito forte com a área da neuro. Minha avó, a pessoa que eu mais amo e a que mais me inspirou e me apoiou na vida, foi diagnosticada com Doença de Parkinson. Logo após minha aprovação na Unit ela acreditava muito em uma “possível cura” para a doença”, compartilha.
Com esse estímulo a mais, Larissa começou a estudar e se dedicar mais à área da Neurologia. “Quando vi que não queria apenas lidar com quadros crônicos e arrastados, e sim realizar algo mais resolutivo e eficaz foi quando, em uma das minhas pesquisas científicas, descobri o Deep Brain Stimulation (DBS), um procedimento cirúrgico, dentro da área da neurocirurgia funcional, muito utilizado para tratar a doenças neurofuncionais, como a de Parkinson. A partir disso, comecei a acompanhar o serviço da neurocirurgia de Sergipe e, na minha primeira cirurgia, foi um momento tão fascinante, que chorei de emoção e percebi que era aquilo que eu queria para minha vida”, relembra emocionada.
Vivências no internato
De acordo com a estudante, o HAOC permitiu novas possibilidades. “O Hospital me permitiu participar de um estágio observacional. No entanto, na minha área pude assistir diversas neurocirurgias, discutir casos, participar de reuniões científicas da neuro-oncologia (setor referência), aprender o exame físico neurológico voltado para casos neurocirúrgicos e participar de atendimentos em consultório de pacientes no pré e pós-cirúrgicos”, destaca.
Entre as suas atribuições, Larissa pode auxiliar a equipe médica em algumas cirurgias, aprender sobre instrumentação cirúrgica da neurocirurgia, neuroanatomia, exames de imagem e noção de localização cirúrgica. “Participei de todos os preparos da sala cirúrgica, de avaliação e acompanhamento dos pacientes pré e pós-operados. Aprendi sobre sinais de alarme que deve-se observar no pós-operatório neurocirúrgico. Além disso, aprendi muito com meu preceptor sobre o estabelecimento de uma boa relação médico-paciente, recheada de gentileza e cuidado, principalmente em doenças de alta complexidade e maior vulnerabilidade”, ressalta.
A estudante conta que além do Internato no Hospital Alemão Oswaldo Cruz teve a oportunidade de prolongar a estadia para ter outra experiência. “No Oswaldo Cruz tive a oportunidade de levar um pouco do nosso aprendizado e competência daqui e fui muito bem recebida. A temporada foi um misto de inspiração, esperança, resiliência e determinação diária. Fiquei no HAOC durante o mês de agosto. No entanto, meu preceptor percebeu meu interesse e me encaminhou para outro estágio dentro da neurocirurgia no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo ( HSPE) e pude ter a oportunidade de acompanhar a residência da neurocirurgia por mais duas semanas. Foi incrível”, afirma.
arissa destaca o quanto foi maravilhoso passar uma temporada em São Paulo. “Todos que conheci me acolheram, me senti super à vontade. De fato, é uma cidade muito dinâmica, cheia de movimento e velocidade, mas também é uma cidade repleta de arte pelas ruas e isso me atraiu bastante. Nada do que eu falar será capaz de traduzir o tamanho do impacto que esse estágio teve em minha vida acadêmica, profissional e pessoal. Aprendi sobre medicina e neurocirurgia, mas também aprendi sobre vida, humanidade e empatia. Consegui obter os melhores conselhos sobre carreira médica, conheci profissionais fantásticos e renomados dentro da minha área, fiz amizades e aprendi que tudo que fazemos com zelo, determinação e esmero nos trará resultados melhores”, frisa.
Durante o internato, ela teve muitas surpresas. Entre elas, acompanhar a cirurgia de um dos seus professores de medicina intensiva da Unit já no seu primeiro dia de estágio sem saber quem era ele. Foi uma surpresa que ela soube lidar após ser revelada a identidade do paciente. “Além disso, cheguei com muitas certezas e sai com muitas dúvidas, porque nunca sabemos nada de tudo, estamos em constante evolução e a vida muda o tempo todo. Não é só saber onde se quer chegar e sim saber aproveitar o processo e toda a caminhada, porque é isso que torna tudo mais bonito, que torna a vida ser o que ela é”, comenta.
Para ela, aproveitar cada momento, cada conquista é essencial. “Acreditar em si mesmo é o primeiro passo para ser quem você deseja ser e é algo que só depende de nós. Almejar algo grande demanda muita luta, determinação e disciplina, mas é justo que muito custe, aquilo que muito vale! Por isso, meu próximo passo é não desistir. Não desistir de ser a melhor profissional que posso ser, a melhor pessoa para quem estiver ao meu redor e não parar até estar no lugar que almejo e que meus esforços me levarem”, enfatiza.
A estudante destaca que a Universidade Tiradentes foi o primórdio de tudo. “Antes de qualquer especialidade, a Universidade me permite realizar o meu grande sonho de ser médica e com a melhor formação possível. Além da estrutura impecável e proporcionar um ensino teórico e prático de excelência, os profissionais são excepcionais e neles irei me inspirar como pessoa e futura médica por toda a vida. Não obstante, a Unit me deu um grande incentivo científico, a partir do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP) e o Laboratório de Biociências da Motricidade Humana (LABIMH), o qual é importante fator extracurricular e do âmbito profissional geral. A ciência movimenta o mundo e tenho orgulho de fazer parte de grupos acadêmicos voltados para isso”, salienta.
Ela conta que pretende seguir com a carreira cirúrgica na área da medicina em um hospital de referência. “Sinto que é essa a minha missão na vida. A ideia é sempre buscar simples inspirações no dia a dia, sejam eles ensolarados ou chuvosos, aonde quer que eu esteja. Como já dizia Paulo Coelho, em O Alquimista: Existe uma grande verdade neste planeta: seja você quem for ou o que faça, quando quer com vontade alguma coisa, é porque esse desejo nasceu na alma do Universo. É sua missão na Terra. Tudo é uma coisa só. E, quando você quer alguma coisa, todo o Universo conspira para que você realize seu desejo”, diz.
Com previsão para concluir o curso no final do ano, Larissa compartilha suas expectativas para o futuro. “Caminhando pelas ruas de São Paulo, cheia de dúvidas se o caminho que eu queria era o certo a seguir, me deparei com um prédio com a seguinte frase: ‘nada para a gente’. Senti que ali foi um sinal para tudo que eu estava me perguntando e tudo que estava sentindo. De agora em diante, a ideia é não parar até estar tão realizada quanto estive nesse período”, conclui.
Asscom Unit