Matheus Jhonnata Santos Mota, ressalta como o Internato Médico foi uma experiência única e enriquecedora. 

O internato médico é o período do curso de Medicina em que o estudante vivencia prática médica diária, inserido nas instituições de saúde, como componente curricular obrigatório na sua formação. É durante essa etapa que os estudantes e os médicos recém-formados têm a oportunidade de adquirir conhecimentos práticos e como é a rotina prática dos profissionais.

Para o estudante do curso de Medicina da Universidade Tiradentes (Unit), Matheus Jhonnata Santos Mota, o Internato Médico foi uma experiência única e enriquecedora. Durante o mês que acompanhou as atividades realizadas no Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC), em São Paulo, ele teve a oportunidade de aprender novas técnicas e ser orientado por profissionais experientes e renomados

O estudante conta que sempre sonhou estagiar em São Paulo. “Eu tive a honra de testemunhar a assinatura do contrato com o HAOC em dezembro de 2019 junto ao professor Dr. Richard Halti Cabral, que era o coordenador do curso à época. Eu ainda estava no terceiro período e comecei a sonhar com essa possibilidade. Ao chegar no internato fiquei feliz que a parceria se manteve e tive a oportunidade de participar”, relembra. 

De acordo com Matheus, participar do Internato abriu uma série de novas possibilidades. “Do ponto de vista pessoal, eu queria viver essa experiência de passar um mês em São Paulo. Tenho o desejo de fazer residência no HAOC, então já seria uma oportunidade de ter uma ‘prévia’ de como seria. Do ponto de vista profissional, eu queria ter essa vivência em um serviço de grande porte, acadêmico, com alta disponibilidade de recursos e profissionais capacitados e atualizados”, comenta. 

Ele explica que o processo seletivo foi realizado por meio de análise curricular. “Não precisei fazer uma entrevista, nem prova. A seleção para integrar o Internato Médico no HAOC normalmente ocorre uma vez por ano e é divulgada pela Coordenação do curso de Medicina”, destaca.

Sendo uma grande oportunidade curricular, o estudante afirma ter ficado bastante empolgado ao receber a confirmação da sua participação no Internato. “Foi uma oportunidade única. Realizei as atividades em Clínica Médica. Como fiquei com um preceptor geriatra, tive mais contato com essa especialidade. Acredito que essa área é a base da medicina e eu queria uma área que eu pudesse ser mais participativo. E o fato de ter maior volume de casos também pesou na decisão”, esclarece.

Vivências no internato

Durante o mês que esteve no HAOC, sua rotina consistia em acompanhar os atendimentos junto ao seu preceptor na enfermaria, ambulatório e Unidade de Terapia Intensiva (UTI), seguido de prescrição e evolução dos casos. “Além de interconsultas com os especialistas, também tive a oportunidade de acompanhar as reuniões de família para discutir paliação. Tínhamos duas reuniões por semana, uma para apresentação de casos clínicos e outra para aulas. Podia ocorrer com os residentes ou com representantes de farmacêuticas ou laboratórios”, comenta. 

Ele também destaca outros atributos adquiridos durante o Internato. “Aprendi sobre comunicação com a equipe multidisciplinar, pacientes e acompanhantes, assim como a importância de se manter sempre atualizado. Aprendi que construir um vínculo com a família é fundamental, especialmente quando se discute paliação e cuidados no fim da vida. Aprendi também que é fundamental não só seguir os protocolos, mas também questionar os pontos de divergência clínicos e laboratoriais em prol da melhor assistência ao paciente”, salienta. 

Além do internato no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Matheus aproveitou sua estadia em São Paulo para realizar outras atividades. “No tempo livre do estágio aproveitei para assistir algumas cirurgias robóticas da urologia e da neurocirurgia, bem como aproveitei para conhecer outros serviços também, tive a oportunidade de conhecer a hemodinâmica do Hospital Israelita Albert Einstein. E ainda participei do curso de emergências do Dr. Eduardo João, emergencista formado pela Universidade de São Paulo (USP-SP). Foi um período de intenso aprendizado”, diz.

O estudante frisa que essa vivência teve impacto no seu entendimento sobre o que é a comunicação com a equipe multidisciplinar e com os pacientes e acompanhantes. “Percebo que muitas vezes essa comunicação é negligenciada, especialmente no Sistema Único de Saúde (SUS), e voltei com a perspectiva de fazer diferente. A experiência também teve impacto na visão assistencial, voltei com mais desejo de me atualizar e aprender as melhores evidências para as minhas condutas”, aponta. 

Após o internato, Matheus teve outra perspectiva sobre a Medicina. Para ele foi importante para entender mais a dinâmica da equipe de clínica e a capilaridade com as outras especialidades na gestão do cuidado. 

“Essa experiência teve um impacto importante para que entendesse o fim de vida e a paliação. Do ponto de vista acadêmico, aprendi manejo de drogas para idosos, de situações como delirium, pneumonia, com as particularidades do paciente idoso, entre outras, e ainda tive contato com condições mais raras como Takotsubo. No ponto de vista pessoal, volto com mais confiança e motivação para dar o melhor na sequência do internato. A Unit me proporciona diversas oportunidades que em outras faculdades não seria possível. Estar no HAOC foi um sonho realizado e sem a Unit não seria possível”, declara.

Com previsão para concluir a consulta à graduação em 2024, Matheus compartilha seus planos futuros. “Minhas próximas metas é realizar o estágio no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e o estágio na Universidade de Boston, que também é oferecido pela pela Unit. Até chegar a minha formatura, meu plano é focar o máximo no internato, ainda tenho muita coisa para fazer e desenvolver. Para o futuro próximo, quero trabalhar e juntar dinheiro para poder fazer residência em São Paulo. Provavelmente em cirurgia, que é meu plano no momento. Depois, num futuro mais distante, empreender e trabalhar com gestão”, pontua.

Asscom Unit