No dia 26 de abril celebra-se o Dia de Combate à Hipertensão Arterial. A doença que é associada a fatores tanto hereditários como a hábitos de vida, pode se apresentar até mesmo na adolescência. A cardiologista cooperada Unimed Sergipe, Tânia Andrade, explica que os sintomas devem ser observados para que o paciente não descubra a doença somente com eventos mais graves.

“Os sintomas são diversos, como uma dor de cabeça persistente, palpitações, fôlego curto ou um desconforto torácico. Esses sintomas podem iniciar já na adolescência ou na idade adulta, após os 40 anos. Mas também pode já abrir com um quadro mais grave, a depender da faixa etária, como um acidente vascular encefálico ou um ataque isquêmico transitório”, explica a especialista.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, 30% dos brasileiros são acometidos por Hipertensão, popularmente chamada de ‘pressão alta’. De acordo com o DataSus, no ano de 2019, pelo menos 45% dos óbitos por doenças cardiovasculares estavam associados à patologia.

Causas

A Hipertensão pode estar associada a fatores hereditários, isso explica o surgimento na adolescência. No entanto, o acometimento pela patologia também está associado a multifatores. “Vai desde uma dieta abusiva de sódio, sobrepeso, obesidade. Também está associada ao transtorno de ansiedade, à diabetes mellitus e à idade. Com o passar dos anos, também ocorre o envelhecimento das artérias e com isso diminui a elasticidade delas, que ficam mais rígidas, provocando uma maior resistência vascular e aumento das pressões arteriais. Por isso é tão sabido que é muito comum tornar-se hipertenso ao envelhecer. Ainda há, também, as causas secundárias, que estão associadas a tumores suprarrenais, estenose de artérias renais e aumento da tireoide, por exemplo”, pontua a cardiologista.

Tratamento

Hábitos saudáveis estão diretamente associados ao tratamento e à prevenção da Hipertensão. Manter o peso ideal, realizar atividades aeróbicas regularmente – como nadar, caminhar e pedalar -, ter uma alimentação saudável e cuidar da saúde mental com terapias, evitando picos de ansiedade, são iniciativas que auxiliam no tratamento da pressão alta. No entanto, o tratamento medicamentoso também deve ser considerado.

“O tratamento medicamentoso inicia de forma escalonada. Começa tentando controlar a pressão com um único tipo de medicamento, e a depender do grau da intensidade dessa Hipertensão, se for de moderada a severa, vai acoplando outros medicamentos anti-hipertensivos”, explica a médica.

Pandemia

A pandemia de Covid-19 tem causado reflexos também na saúde emocional da população. Em decorrência disso, a pressão arterial também é prejudicada. “Neste último ano, os serviços de pronto atendimento relataram um aumento não só dos casos de pico hipertensivo, mas também das complicações desse evento como AVC isquêmico e o AVC hemorrágico. Essas intercorrências acontecem porque as pessoas estão em pânico, estão com medo de adoecer, medo de perder entes queridos para o Coronavírus. Então, é comum você ter uma descarga de adrenalina e isso vai causar uma elevação dos níveis pressóricos”, relata a médica.

Na primeira onda da pandemia, ainda em 2020, a Hipertensão arterial era uma das comorbidades que, segundo autoridades de saúde, poderiam agravar a Covid-19 no paciente. No entanto, Tânia explica que, atualmente, o agravamento da doença acontece também em pacientes sem Hipertensão ou outra comorbidade.

“Nessa segunda onda, provavelmente por conta das novas variantes do Coronavírus, temos um perfil de pacientes que muitas vezes não possui comorbidades, que não faz uso de medicações e estão sendo entubados e indo a óbito. A Hipertensão como fator de risco foi uma realidade da primeira onda, mas isso se perdeu. Hoje, temos pacientes com o perfil de 20 a 60 anos e muitas vezes são pessoas que fazem exercícios físicos e que tem o peso ideal”, enfatiza.

Fonte: Ascom Unimed