Em comemoração ao Outubro Rosa, o Hospital Primavera realiza até o dia 31/10, no Museu da Gente Sergipana, uma exposição que mostra o resultado do ensaio fotográfico com 15 pacientes do Centro de Oncologia. Através das lentes das fotógrafas, Nathalia Leão e Érika Guimarães, foi possível valorizar a mulher e as suas perspectivas no centro do cuidado, proporcionar um momento de reencontro com a beleza, autoestima e feminilidade, que são camufladas em algum momento pelo diagnóstico de Câncer de Mama. Cada foto possui o seu próprio aspecto cênico, onde a cor, vestes, iluminação incorporam diferentes e autênticos significados.
De acordo com o oncologista clínico, Dr. Michel Alves, o projeto nasceu com a participação de equipe multidisciplinar do Centro de Oncologia, com o propósito de mostrar a realidade e superação das mulheres que enfrentam uma doença que mexe com a autoestima, através da perda de cabelo, e um tratamento que causa efeitos colaterais indesajados. "O câncer ainda está associado com a ideia de morte, quando na verdade hoje existe toda uma possibilidade de tratamento. O momento hoje é de gratidão e de reforçar sobre a importância da prevenção, da prática de atividades físicas, dieta saudável, da realização da mamografia uma vez por ano para as mulheres acima de 40 anos de idade. O diagnóstico precoce leva a chances de cura de cerca de 95% das pacientes e de mudar a história de vida dessas mulheres, finalizou Dr. Michel.
Sentimentos como raiva, depressão, ansiedade, medo, preocupações, angústias, negação e agressividade são comuns entre os pacientes com câncer. Foi que aconteceu com dona Marlene Gomes da Silva (62 anos), diagnosticada com câncer de mama em dezembro de 2021. "Descobri a doença atráves do exame de rotina e quando eu recebi o resultado, meu mundo caiu, chorei muito. O tratamento é difícil,
mas com o apoio dos médicos e de familiares, venci todo o medo e hoje me sinto bem disposta, confiante e pronta para enfrentar essa batalha, concluiu.
Já dona Maria Angelita dos Santos (61 anos), ficou tranquila quando foi diagnosticada com o câncer de mama, no início do ano. "Desconfiei que ao fazer o autoexame, algo não estava bem. Procurei o médico, fiz os exames e foi constatado o câncer. Encarei de boa, comecei o tratamento e hoje me sinto confiente e feliz. Irei vencer essa doença que já vitimou milhares de pessoas no país", ressaltou a paciente bastante emocionada.
"Muito maior do que a tristeza de ter o diagnóstico é a alegria de saber que tem cura, é saber que tem caminho, que dá para seguir e que vai dar tudo certo lá no fim. Tenho uma família presente, que me apoia e tranquiliza em todos os momentos. Esse afeto tem me ajudado muito, relatou dona Avany Brito dos Santos (76 anos), e descobriu o câncer de mama em janeiro de 2023.
Há quatro meses em tratamento, Terezita Araújo de Souza Santos (52 anos), hoje se sente tranquila, mas ao saber que estava com câncer, chegou a pensar que não tinha mais solução. "A cabeça da gente é quem manda, mesmo com o tratamento todo, porque se a gente não tiver força e apoio de todos, a doença vence. Agradeço muito ao acolhimento do Hospital Primavera. É uma equipe maravilhosa e que ajuda a fortaceler cada uma de nós", finalizou.
A coordenadora de enfermagem do Centro de Oncologia do Hospital Primavera, Adenise Silva, enfatizou que estar próximo, conhecer e acolher de forma humanizada acalma o estigma cultural sobre a doença, a angústia, e auxilia o paciente nesta fase de tratamento. Isso acaba diminuindo a resistência dele diante do tratamento, aumentando as chances de melhora. "Quando falamos na humanização do tratamento, além do apoio da família, a presença da equipe multidisciplinar é de extrema importância. Todos precisam estar preparados para lidar com o paciente diagnosticado. A preparação desses profissionais é indispensável, para que estejam aptos a prestar a assistência necessária e de forma integral ao paciente e seus familiares", destacou Adenise.