O Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), diferente dos anos anteriores, registrou uma redução de 84% o número de vítimas de queimaduras na véspera e noite de São João (23 e 24). O Pronto Socorro da unidade atendeu apenas cinco pessoas que se queimaram durante os festejos juninos, sendo três por líquido superaquecido e dois por fogos. Das vítimas acidentadas por fogos de artifício, uma continua internada na Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ) do hospital porque a lesão na mão foi mais profunda e de 3º grau, as outras foram medicadas e já receberam alta médica.
Em 2019, da véspera até a noite de São João o Huse registrou 33 atendimentos a vítimas de queimaduras. Esse ano foram quatro adultos (3 de Aracaju e 1 de Carira), dois deles envolvendo fogos de artifício, além de uma criança do município de Itabaianinha, com queimadura por líquido quente.De acordo com a referência técnica da cirurgia plástica do Huse, Moema Santana, a redução se deve ao apelo que foi feito pelos profissionais e atendido pelas pessoas.
“Estamos muito felizes porque ano passado nós tivemos um registro de 33 pacientes queimados na festa de São João, amputação de mão de criança de 11 anos, adulto com mão totalmente amputada por bomba de alto potencial com sequelas irreparáveis e pra vida toda, grandes queimados, crianças com queimaduras graves e esse ano nós não tivemos essa gravidade. As pessoas tiveram consciência e a proibição de fogos e fogueiras também foi determinante para isso”, declarou.
Além desses fatores citados pela profissional, a redução expressiva de vítimas por queimaduras se deu também devido à pandemia da Covid-19 e o isolamento social, que fizeram as famílias adaptarem os festejos juninos. A servidora pública Maria de Lourdes Silva, 60, gosta de reunir as filhas em volta da fogueira, mesa farta e muita alegria. Para ela, esse ano a festa teve um tom diferente. “Trabalho na área de saúde e sei o que todos vem passando, então resolvi ficar em casa assistindo as lives e curtindo o meu netinho. Fiz canjica, bolo, mungunzá e um cachorro-quente só para não passar em branco. Não teve fogos, muito menos fogueira e foi bem melhor assim”, disse.
Fonte: SES