O Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) de 2024 indicou uma infestação geral de 1,2, valor considerado como médio risco para surtos ou epidemias, o que representa um aumento de 20% em relação ao primeiro LIRAa deste ano, apresentando em janeiro, que apontou índice de 1,0.
Os dados foram apresentadisu nesta sexta-feira, 15. Apesar disso, o número de casos confirmados de arboviroses foi reduzido significativamente, no comparativo com as dez primeiras semanas do ano passado.
No mesmo período de 2023 foram registrados 172 casos de dengue e, este ano, apenas 42, uma redução de 75,6%. Já os casos de chikungunya, no mesmo período, passaram de 145 para 12, uma queda de 91,7%. E os índices confirmados de zika passaram de 6, nas dez primeiras semanas de 2023, para zero, neste mesmo período em 2024.
“Houve uma queda nos quadros de arboviroses e isso mostra que o nosso trabalho está sendo uma barreira para a proliferação dessas doenças. Mas, isso não significa que devemos baixar a guarda. Estamos vivendo, do ponto de vista climático, as condições ideais para a proliferação do mosquito”, disse o prefeito Edvaldo Nogueira.
Edvaldo destacou ainda que o levantamento tem mostrado a eficiência das ações realizadas. “Todo o trabalho que fizemos nesse começo de ano tem sido eficiente, principalmente quando comparado ao mesmo período nos anos de 2022 e 2023. O mutirão de limpeza, as campanhas de conscientização, nosso apelo e a presença dos agentes de endemias tem dado resultado. Apesar disso, não estamos livres de uma provável epidemia. O Brasil vive um momento dramático, principalmente as cidades do Sudeste, e agora entramos em um período mais crítico para o Nordeste, com previsão de chuvas sazonais, com períodos de sol, ou seja, o ambiente propício para a proliferação do Aedes aegypti”, alerta o prefeito.
Médio risco
O segundo LIRAa de 2024 revela que Aracaju manteve o índice de médio risco (de 1,0% a 3,9%). Comparado aos anos de 2022 e 2023, o segundo LIRAa deste ano teve uma queda de 25% (2,2, em 2022, e 1,6, em 2023). Com base nos dados, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) identifica os principais focos do mosquito, bairros com maiores índices, sendo possível traçar estratégias de combate como fumacê costal, mutirões de limpeza, eliminação de focos e conscientização da população.
O prefeito ainda destacou que, dos 48 bairros de Aracaju, 27 foram classificados com baixo risco (satisfatório), 21 com médio risco (alerta) e nenhum bairro classificado como de alto risco. Entre os bairros classificados com maior risco, com resultado acima de 2%, estão: 13 de Julho (de 0 passou a 3,2), 17 de Março (de 0,9 para 3,2), Atalaia (de 2,9 para 3,2), Olaria (de 1,6 para 2,7), Grageru (de 1,4 para 2,2), Pereira Lobo (de 1,9 para 2,2) e 18 do Forte (de 0,5 para 2,1) – valores comparativos entre o LIRAa de janeiro e março.
Ações
No próximo sábado, dia 16, a SMS convoca as equipes e a população para mais um mutirão de combate ao Aedes. Desta vez, a ação será realizada no bairro 13 de Julho, local onde foi registrado o maior índice de infestação da cidade. Mais de 30 agentes da SMS participarão do mutirão, onde serão realizadas ações como: identificação e eliminação do mosquito, através de serviços educativos, varrição, capinação, roçagem mecanizada e coleta de resíduos descartados incorretamente em terrenos baldios e em vias públicas da localidade. A mobilização contará com a parceria da Emsurb e da Defesa Civil.
Entre as ações já realizadas estão os mutirões aos sábados, uma parceria entre a SMS e a Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb). Ao todo, já foram realizados seis mutirões, em 2024. Desde o início do ano, foram realizadas 108.562 visitas domiciliares por parte dos agentes de endemias da SMS. Além disto, o Programa Municipal de Controle do Aedes aegypti realizou a aplicação de fumacê costal em 24.283 imóveis.
No último dia 29, a Prefeitura lançou a campanha ‘Aracaju Contra a Dengue’, uma iniciativa que ampliou as ações de combate ao aedes aegypti, uma força-tarefa que, além da SMS, engloba as secretarias municipais da Educação (Semed) e da Defesa Social e Cidadania (Semdec), e a Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb).
A campanha tem um total de 18 ações, entre elas, conscientização em escolas e repartições públicas; visitas noturnas dos agentes às terças e quintas; intensificação do trabalho de campo nos bairros classificados como de risco pós-chuvas; uso de drones nos mutirões aos sábados; ampliação dos canais de denúncia; aplicação de novas tecnologias de monitoramento e controle, como aplicação de inseticida residual e armadilhas ovitrampas; contratação de novos agentes; entre outras.
Principais locais de criadouros
Ainda durante a apresentação, foram mostrados os principais criadouros do Aedes aegypti identificados em Aracaju. Segundo o levantamento, os principais locais são depósitos de armazenamento de água ao nível do solo, como lavanderias e tonéis, que representam 60,2% dos locais com foco.
Depósitos domiciliares (vasos, pratos de plantas etc) são o segundo maior problema, com um índice de 28,9%; lixo, entulho e resíduos sólidos em quintais representam 3,1%; por último, mas com registro de aumento, estão os pneus (no domicílio), 7,8% (no último Liraa foi de zero). Neste Liraa não foi encontrado foco de mosquito aedes aegypti em terreno baldio.