Durante a pandemia de Covid-19, em que todos os esforços estão sendo feitos com o objetivo de frear a contaminação e as mortes, a realização de uma cirurgia pode ser um risco para o paciente. Por este motivo, quem precisa fazer uma cirurgia considerada eletiva, deve reavaliar, junto ao seu médico, qual o melhor momento para realizar o procedimento.
Segundo o cirurgião geral cooperado Unimed Sergipe, Marcelo Protásio, uma cirurgia eletiva é aquela que não necessita de urgência para a sua realização. “É uma cirurgia que pode ser agendada com todo preparo pré-operatório, como avaliações, exames, consulta pré-anestésica para que seja feita da forma mais segura possível”, explica o médico.
Segundo o especialista, uma cirurgia deste tipo realizada neste momento da pandemia pode gerar riscos para os pacientes. “Alguns dos riscos são a falta de disponibilidade de leitos no pós-operatório de enfermaria, apartamento e Unidade de Terapia Intensiva (UTI), já que a maior parte deles está destinada para pacientes em tratamento da Covid-19. A questão dos insumos também, pelo fato de algumas das medicações que são utilizadas em anestesia de procedimentos cirúrgicos serem as mesmas que são utilizadas em leitos de UTI para sedar os pacientes, além do risco da contaminação no ambiente hospitalar”, alerta o médico.
Quem tiver com uma cirurgia eletiva marcada, deve buscar orientação junto ao cirurgião para definição de uma nova data, que pode variar de acordo com a enfermidade apresentada. “Quanto a remarcação, deve ser um consenso entre paciente, médico e instituição hospitalar. Existem cirurgias que podem esperar de dois a três meses para serem realizadas, mas existem outras que, mesmo sendo eletivas, quanto mais se espera, maior o risco de piora do prognóstico do paciente, como por exemplo pacientes com neoplasias, com pedras na vesícula com dores frequentes ou histórico de pancreatite, pacientes com hérnias dolorosas prestes a encarcerar, entre outros”, pontua o cirurgião.
Após a remarcação do procedimento cirúrgico, é importante que o paciente continue seguindo a quarentena, cumprindo as medidas de proteção e de isolamento social para evitar o contágio com o novo coronavírus, fator que pode adiar ainda mais a realização da cirurgia.
“Reforçamos a necessidade do uso de máscaras adequadas e o distanciamento social, principalmente se o paciente for submetido a um tratamento cirúrgico nas próximas duas semanas. É importante também que o paciente comunique ao médico assistente qualquer aparecimento de sintomas gripais ou contato com alguém que tenha testado positivo ou que esteja com suspeita de Covid. Essas informações devem ser revisadas no checklist antes da admissão do paciente no hospital e havendo a mínima possibilidade de infecção, o procedimento deverá ser suspenso”, frisa Marcelo.
Como o cenário da pandemia muda diariamente, com aumento ou diminuição no número de casos graves que requerem internação, o paciente deve ficar atento e manter contato com o seu médico, afim de avaliar qual a melhor ocasião para a realização da cirurgia.
“A segurança para realização do procedimento está sendo avaliada semanalmente. Quando há consenso entre equipe médica e instituição hospitalar quanto à retaguarda de leitos e insumos, o cirurgião pode entrar em contato com paciente e juntos definirem qual melhor momento para o agendamento cirúrgico. Tudo baseado em muito bom senso e segurança”, completa o especialista.
Fonte: Ascom I Unimed