Desde que o primeiro caso de monkeypox foi confirmado no Brasil, em junho deste ano, a Prefeitura de Aracaju acendeu o alerta para a doença. Na capital sergipana, os primeiros casos foram confirmados em setembro e, de lá para cá, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) tem intensificado as orientações a respeito do vírus, bem como a sua transmissão.

Os três primeiros pacientes com casos confirmados foram identificados como uma adolescente de 12 anos, uma mulher de 28 anos, e um homem de 24, os quais relataram lesões na pele e boca. A SMS os manteve em isolamento domiciliar, por serem casos leves, e monitorou-os durante todo o quadro clínico. Entretanto, nas últimas semanas, outros casos começaram a surgir, e é importante que a população reforce os cuidados.

De acordo com a infectologista da Secretaria da Saúde de Aracaju, Fabrízia Tavares, a monkeypox é uma doença de evolução benigna, que dura, em média, duas ou três semanas, e a principal forma de prevenção é evitando o contato com a pessoa infectada.

Os grupos de maior vulnerabilidade para o agravamento dessa doença são as pessoas com algum grau de imunossupressão, seja induzido por medicamentos, seja por uma imunossupressão adquirida, como o HIV, uma imunossupressão primária, gestantes, por sua condição fisiológica e os extremos de idade, como as crianças e os idosos.

Atendimento

Inicialmente, a pessoa com sintomas deve procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ou, ainda, as unidades hospitalares.

A partir deste atendimento inicial, uma notificação obrigatória pelo estabelecimento de saúde é realizada e, havendo caso suspeito, a pessoa que estiver sendo atendida em uma UBS deve ser encaminhada para o Centro de Atendimento e Triagem a Síndrome Gripal, onde será realizada a coleta do material, que será enviado para o Laboratório Central de Saúde Pública de Sergipe (Lacen) para dar seguimento à investigação epidemiológica. Caso esteja em uma UPA, a coleta é realizada no próprio local.

Essa é uma medida que a SMS tem adotado no sentido de fazer o bloqueio da transmissão e o controle da doença.

 

A principal forma de transmissão é o contato direto com as lesões da pele ou os fluidos corpóreos de um doente, seja sêmen ou saliva. Essa contaminação acontece a partir do contato com secreções respiratórias, um contato mais próximo, mais íntimo, com alguém infectado, seja através de um beijo, um abraço ou da relação sexual. O manuseio de objetos e roupas usados por uma pessoa doente também podem contaminar uma pessoa saudável.

“Uma pessoa com algum tipo de lesão suspeita deve ser isolada e deve ser submetida ao diagnóstico médico. Seus contactantes devem evitar a proximidade, contatos físicos próximos e íntimos, contato com os objetos, roupas e materiais pessoais desses doentes. Além disso, deve-se lavar as mãos com frequência, o que também é primordial”, destaca Fabrízia.

Tratamento

Ainda conforme a infectologista, o tratamento é baseado em sintomáticos, ou seja, aqueles medicamentos que aliviam os sintomas como o prurido (coceira), a dor e a febre. Além disto, a higiene das lesões com água e sabão é essencial para não haver a progressão para alguma infecção bacteriana secundária, uma complicação dessas lesões ou um quadro de infecção generalizada bacteriana. Outra orientação é cobrir as lesões, caso precise se expor, no entanto, a higienização é crucial, pois ainda não existe antiviral específico para a monkeypox.

“Como ainda não existe um antiviral específico, em casos mais graves, nós usamos o tecovirimat, a substância conhecida como TPOXX, utilizado para varíolas humanas. A liberação foi feita pela agência regulatória de medicamentos dos Estados Unidos, FDA, para combater a varíola humana e, de forma emergencial, combater todos os poxvírus”, explica Fabrízia Tavares.