A produção de alimentos agroecológicos fundamenta-se nos princípios da ecologia, promovendo o respeito à biodiversidade, aos recursos naturais e aos ecossistemas
A crescente busca por uma alimentação consciente e sustentável tem despertado questionamentos sobre o significado da alimentação agroecológica e como ela se integra à nutrição. Este termo, por vezes, gera confusão, pois a produção é agroecológica, enquanto a alimentação refere-se ao ato de consumir alimentos.
Assim, uma alimentação baseada em produtos agroecológicos preocupa-se com a procedência de alimentos mais sustentáveis do ponto de vista ambiental e social. A preceptora do estágio em Nutrição Social na Universidade Tiradentes (Unit), Surya Escobar, fornece detalhes sobre essa abordagem alimentar e destaca sua importância para a saúde e o meio ambiente.
"Além de considerar as questões sociais, culturais e éticas que garantem respeito à natureza e sustentabilidade na produção, a alimentação agroecológica desafia a lógica de produção predominante, caracterizada pela monocultura e pelo uso excessivo de produtos químicos e agrotóxicos. Portanto, uma alimentação baseada em produtos agroecológicos é aquela que se preocupa com a origem de um alimento mais sustentável do ponto de vista ambiental e social", ressalta.
Quanto à viabilidade nos dias atuais, a especialista destaca que a maioria dos alimentos consumidos provém da agricultura familiar. A produção agroecológica, então, emerge como uma opção viável, especialmente com apoio técnico e incentivos governamentais.
"O aumento da demanda pelos consumidores impulsiona a busca por uma produção mais integrada à natureza. Com a conscientização das pessoas sobre questões ambientais e de saúde, cresce também a busca por consumir alimentos mais saudáveis. Estes podem ser encontrados em feiras livres, mas também há algumas opções em supermercados", enfatiza.
Crescente demanda por uma alimentação saudável
Os alimentos agroecológicos são isentos de produtos químicos e agrotóxicos, caracterizando-se como alimentos orgânicos provenientes de um sistema produtivo que considera aspectos mais amplos além da mera ausência de veneno, abrangendo a sustentabilidade ambiental e social.
"Estão disponíveis não apenas para aqueles que buscam uma alimentação mais saudável, mas também para quem deseja uma abordagem consciente ao consumo, incentivando métodos de produção que, na maioria dos casos, são regionais", reforça.
No campo da nutrição, a perspectiva é positiva. A especialista destaca que a oportunidade de consumir alimentos sem produtos químicos é um direito que deveria ser assegurado a todos. Ela ressalta que, quando essa escolha está associada à responsabilidade social e ao crescimento econômico local, contribui de maneira significativa para a Segurança Alimentar e Nutricional.
"A nutrição vê essa abordagem como algo positivo, que merece ser divulgado, e que precisa do apoio dos consumidores, além de exigir incentivos governamentais e de outras instituições para seu maior desenvolvimento, dada sua importância. Ela é crucial exatamente por contribuir de forma significativa para a promoção da Segurança Alimentar e Nutricional de maneira abrangente, contemplando tanto aqueles que produzem quanto aqueles que podem consumir alimentos mais saudáveis e produzidos de maneira sustentável", conclui.
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