O home office na pandemia intensificou o surgimento de dores lombares, nos ombros, cotovelos e cervicalgias, ocasionando uma maior procura pelo tratamento com o quiropraxista.
A pandemia de covid-19 intensificou diversos problemas de saúde, e áreas como a quiropraxia, que se dedica ao diagnóstico, tratamento e prevenção de problemas do sistema neuro-músculo-esquelético, estão sendo grandes aliadas para ajudar a população. No Brasil houve crescimento pela procura e em Sergipe não foi diferente. Em entrevista, a quiropraxista Letícia Gitaci, uma das pioneiras do atendimento no estado, e que esteve à frente da secretaria geral da Associação Brasileira de Quiropraxia - ABQ entre 2012 e 2017 e está comemorando 10 anos de carreira em 2021, deu detalhes de como funciona o diagnóstico e o tratamento.
Muitos brasileiros e sergipanos, a essa altura da pandemia, já se adaptaram ao home office, adquirindo inclusive novos móveis ou acessórios em busca de conforto e praticidade. No entanto, muitos outros vêm sofrendo com dores na coluna e/ou musculares provocadas pela má postura e pela falta de um espaço projetado adequadamente para o trabalho. “Segundo a OMS, a dor lombar está entre as 10 principais doenças e lesões que diminuem a qualidade de vida da população global. Em seguida vemos o grande aumento de problemas relacionados à postura em geral: cervicalgias, dores nas costas em geral, ombros, cotovelo. Além do crescente número de pessoas em situação de sedentarismo, sem nenhum tipo de prática esportiva, todo esse cenário fez com que mais pessoas procurassem a quiropraxia”, explica.
A quiropraxia melhora a qualidade do sono, ajuda no equilíbrio emocional, melhora a concentração e o foco, ajuda em vários aspectos da saúde, traz melhora da postura e tensões musculares e diminui as dores em geral. “Muita gente costuma ouvir o famoso “estalo” na coluna durante o Ajuste Quiroprático. Esse som corresponde ao reposicionamento da região, e costuma ser benéfico para a saúde. Além disso, é comum a sensação imediata de bem-estar, causada pela descompressão nervosa, o que libera energia pela área do corpo”, detalha.
Por outro lado, existem pessoas que experimentam um leve desconforto logo após o Ajuste Quiroprático. “Alguns sentem dores e incômodos que estão relacionados à correção da postura. Durante muito tempo o corpo desses pacientes se habituou a uma posição incorreta, e em decorrência do reajuste da coluna vertebral se sentem mal, num primeiro momento. É importante saber que tal incômodo irá sumir em questão de pouco tempo. No entanto, vale ressaltar que só a repetição do processo é capaz de habituar o corpo a essa nova postura, fazendo com que os efeitos negativos desapareçam por completo e em definitivo”, esclarece.
A quiropraxia surgiu em 1895 nos Estados Unidos quando o pesquisador Daniel David Palmer começou a tratar pessoas através de manobras manuais, dando à profissão o seu nome. “A quiropraxia está hoje entre as três maiores profissões na área de saúde (medicina, quiropraxia e odontologia) na América do Norte e Europa. Nós focamos no que envolve as articulações, músculos, tendões, ossos, nervos e outras estruturas responsáveis pelo movimento do corpo, bem como os efeitos destas alterações sobre a saúde em geral”, conta.
Para ser um quiropraxista com a responsabilidade de diagnosticar e prescrever tratamentos, é necessário submeter-se a uma rigorosa formação de nível superior. “A quiropraxia é, portanto, um curso de nível universitário com duração entre quatro a cinco anos. O currículo consiste em uma extensa educação em ciências biomédicas, métodos diagnósticos e prática clínica. As faculdades de Quiropraxia estão localizadas principalmente nos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Dinamarca, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, México, entre outros. Atualmente há três Universidades no Brasil que formam quiropraxistas, a Universidade Anhembi Morumbi em São Paulo, a Feevale em Novo Hamburgo/RS e a Uceffem Chapecó/SC”, afirma.
O tratamento através da quiropraxia é feito com dois objetivos: corrigir e prevenir problemas articulares. “Tendo sido feito o diagnóstico, é definido um plano de tratamento apropriado a cada condição. Existem diversas técnicas que foram desenvolvidas para restaurar a movimentação articular. O ajustamento, quando indicado, é muito específico e indolor. Com isto, normalmente, observa-se uma diminuição importante da dor, relaxamento muscular, aumento da mobilidade e restauração da função articular. Técnicas específicas para o tratamento das alterações musculares, como Trigger Points (ou "pontos gatilhos"), podem ser empregadas”, destaca.
Os quiropraxistas podem detectar com precisão o local de origem do problema. “Um exame detalhado, incluindo análise da postura, realização de testes específicos, e palpação cuidadosa das articulações, músculos e outras estruturas, informa ao quiropraxista qual o local afetado. O quiropraxista, é também habilitado na sua formação acadêmica em avaliar quando necessário, exames laboratoriais como: Raio-X, Ressonância Magnética, eletroneuromiografia, ultra-som, escanometria óssea, entre outros. Estes exames podem ajudar a revelar patologias, documentar a história de saúde da coluna, e orientar os médicos envolvidos na criação de um programa de cuidados baseado na sua condição original da coluna. Obtido o diagnóstico, o quiropraxista traça o plano de tratamento mais apropriado para cada condição”, pontua.
O tratamento com quiropraxia possui fases. “Temos a fase intensiva ou de alívio das dores. A maioria das pessoas consulta um quiropraxista por estar com dores. Nesta fase do tratamento, o principal objetivo é eliminar ou reduzir o desconforto e estabilizar a condição do paciente. Na fase corretiva ou de estabilização o foco está em corrigir as causas do problema, fortalecer a musculatura e melhorar a função neuro-musculo-esquelética. Na fase de manutenção ou bem-estar é planejada para manter a saúde, prevenir o retorno da condição original e de novos problemas”, finaliza Letícia.
Os interessados em conhecer mais sobre a quiropraxia podem acessar o site: www.leticiagitaci.com.br
Fonte: Jornalista Rodrigo Alves
Fotos: Diana Omena.