Em fevereiro deste ano, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), iniciou uma série de ações nas escolas da capital a fim de fomentar entre as crianças a educação em saúde sobre o mosquito Aedes aegypti, bem como as causas e consequências das arboviroses transmitidas pelo vetor, sobretudo a dengue. Uma das metodologias utilizadas é apresentar recursos lúdicos para intensificar a aprendizagem.
Neste contexto, o Programa Saúde na Escola (PSE) tem realizado visitas às unidades de ensino públicas e privadas em uma espécie de força-tarefa dos agentes de endemias, enfermeiros e a Guarda Municipal de Aracaju (GMA), com foco na educação em saúde dos pequenos, transformando-os em multiplicadores do conhecimento dentro de seus lares e famílias. Ao final, cerca de 88 visitas serão realizadas durante a força-tarefa que visa fazer dos estudantes agentes de informação, como explica a referência técnica do Programa Saúde na Escola (PSE), Aline Guimarães.
“A ideia é tornar esses alunos multiplicadores de boas ações. Temos um cronograma de ações que segue até o final do mês de abril e estamos unidos para alcançarmos o maior número de alunos possível. Essa parceria com as outras secretarias só vem a fortalecer as ações e essa união é sempre visando o bem da população, neste caso, o combate ao mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya”, ressalta a referência técnica do PSE.
A partir de um espetáculo de fantoches, as crianças de 4 e 5 anos da Escola Municipal de Ensino Infantil (Emei) Monsenhor João Moreira Lima puderam aprender brincando sobre o impacto negativo para a saúde da população causado pelo descarte inadequado do lixo e a falta de cuidado com os reservatórios de água nas residências domiciliares. É assim, fazendo o uso da imaginação e da fantasia, que os guardas municipais do programa Anjos Azuis discutem temáticas importantes com as crianças, conforme relata o GM Edson Moura.
“O programa Anjos Azuis trabalha temas do nosso cotidiano, através do teatro de fantoches de forma lúdica. Consideramos importantíssima essa forma de apresentação porque percebemos que as crianças fixam mais a atenção, participam e interagem mais, pois acreditam que os fantoches são reais. Dessa vez, estamos trabalhando um tema essencial ao longo de três meses, que é a dengue, e temos visto o número de casos crescer no Brasil. Com o teatro de fantoches, estamos orientando as crianças sobre os cuidados que devemos ter no combate ao mosquito transmissor”, comenta o GM Moura.
É assim que as professoras e gestoras da Emei Monsenhor João Moreira Lima conduzem a prática pedagógica na escola, sobretudo com o objetivo de conscientizar as crianças e torná-las os “novos agentes”, seja na escola ou em casa, como destaca a coordenadora da unidade, Clariane Maria Ramos.
“Desenvolvemos algumas atividades com as crianças com o intuito de conscientizá-las sobre ações que podem ser realizadas para combater o mosquito Aedes aegypti, trabalhando de forma lúdica para que as crianças tenham mais facilidade de associar o que está sendo trabalhado na escola e levar para casa. Assim, serão multiplicadores do conhecimento”, conta.
A estudante Arielle Letícia Silva Ferreira, de 5 anos, é uma dessas crianças que, ao menor sinal de perigo, consegue articular o porquê e como buscar solucionar o problema da água parada.
“Eu sei que não pode deixar água parada. Aviso ao meu pai e à minha mãe para não deixar e também não deixar a lixeira aberta porque, senão, vai nascer um mosquitinho”, relata Arielle.
O amigo, Rhian Acassio Conceição da Silva, também de 5 anos, sabe o que fazer para evitar a picada do mosquito. “Para não ter a dengue precisa usar o repelente, colocar o mosquiteiro para dormir, não deixar a água parada para não colocar ovo e virar mosquito”, conclui.