A dentista e professora Margarite Delmondes Freitas está preparando um livro para divulgar o método, que tornou mais simplificado o ensino prático das disciplinas de Odontologia
A experiência prática é um grande facilitador no aprendizado de uma profissão ou carreira, sendo um fator que pode até aperfeiçoar os métodos de aprendizagem. E experiência é um dos fatores que mais se destacam na carreira da cirurgiã-dentista Margarite Maria Delmondes Freitas, professora do curso de Odontologia da Universidade Tiradentes (Unit), que também acrescenta ao seu trabalho um toque de criatividade. Prestes a completar 45 anos de carreira profissional, sendo 26 como docente da instituição, ela desenvolveu um método de ensino que tornou mais simplificado o ensino prático dos futuros dentistas.
Este método será detalhado e divulgado em um livro que está sendo preparado por ela e também por perfis nas redes sociais. Ele foi sendo desenvolvido ao longo dos anos como professora e aplicado nas disciplinas que leciona na Unit, como Oclusão, Anatomia e Escultura Dental. De acordo com Margarite, a técnica traça um passo-a-passo sincronizado, disciplinado e sequencial, que o aluno iniciante segue para ir adquirindo as habilidades de instrumentação, manipulação de ferramentas e outros procedimentos realizados no dia-a-dia dos atendimentos, como corte e escultura em cera.
“Quando você começa e não tem habilidade nenhuma, ele traz um nível de dificuldade que vai sendo vencido passo a passo, fazendo com que aquela pessoa saia do zero e vá adquirindo habilidade, chegando a 10 em poucos meses”, descreve ela, que batizou o método com o nome Delmondes-Freitas. “É um método que facilita o aprendizado nas minhas disciplinas. Ele faz com que o aluno se sinta empoderado à medida em que aprende uma técnica, a ponto de que ele conseguir ensinar outras pessoas que queiram aprender a mesma coisa. O aluno se sente como se tivesse um grande crescimento em pouquíssimo tempo”, destaca.
Além do método de aprendizagem, Margarite também criou alguns macromodelos utilizados nas aulas práticas das disciplinas de Odontologia. A prática também é apresentada em eventos e atividades de extensão. “Em todos os eventos que acontecem na Unit, como a Feivest, projetos de extensão e visitas de colégios, eu sempre levo os alunos [aos laboratórios] e eles fazem uma atividade bem diferenciada. Temos ainda aquelas pessoas que são leigas ou que não sabem se têm habilidade para construir dentes a partir do que eu ensino”, diz ela, citando que elas acabam aprendendo noções e entendendo como acontecem os procedimentos odontológicos.
Trajetória
Margarite trabalha como dentista desde 2 de janeiro de 1980, menos de uma semana após a sua formatura em Odontologia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Além de manter seu consultório particular, ela atuou em unidades da Secretaria Estadual de Saúde e do antigo Ipes (Instituto de Previdência do Estado de Sergipe). Além de ensinar na Unit, a dentista ensinou por 10 anos como professora da própria UFS e outros dois na Escola Técnica do Sistema Único de Saúde (ETSUS), em Aracaju, onde participou do programa de confecção de livros relacionados à saúde bucal que servem de referência para o sistema público. Também é mestre em Ciências Odontológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e doutora em Saúde e Ambiente (PSA) pela própria Unit. Desde 1998, ela é professora do curso de Odontologia da Unit, onde também atua junto ao Grupo Gestor de Extensão Universitária (GGE).
A dedicação ao ensino universitário e também à carreira de cirurgiã-dentista, renderam a Margarite uma recente homenagem especial. Durante as comemorações do Dia do Cirurgião Dentista, no último dia 25 de outubro, ela recebeu a Medalha de Honra ao Mérito Odontológico, concedida pelo Conselho Regional de Odontologia de Sergipe (CRO/SE). A entidade destacou a contribuição benemérita da professora, reconhecendo a sua atuação relevante nos serviços prestados à Odontologia, bem como sua significativa contribuição à comunidade sergipana.
Com a simpatia e o sorriso largo que realçam ainda mais as experiências de vida e da carreira, e uma bem-sucedida carreira, ela destaca que a sua trajetória foi movida acima de tudo pelo sentimento de humanidade, carinho e empatia com cada paciente, um aspecto que ela faz questão de transmitir para os alunos. “A Odontologia precisa ser mais humana. Eu sempre falo aos meus alunos que, até agora, eu nunca vi uma boca chegar sozinha no consultório: ela sempre chega com alguém, e é essa pessoa quem traz a sua boca para gente. É esse legado que eu procuro deixar: o de atender sempre com muita humanidade”, afirma, resumindo esse ideal com uma definição: “Ser dentista, para mim, é ser humano”.
Autor: Gabriel Damásio
Fonte: Asscom Unit