Durante o Carnaval, boa parte da população interrompe seus compromissos e atividades e sai para festejar e se divertir. Neste período, surge a oportunidade e coragem de se soltar sem julgamentos, liberar as emoções e praticar desejos repreendidos. Para muitas pessoas o Carnaval é “válvula de escape”.
Em meio às diversas mudanças comportamentais que ocorrem no período momesco, o técnico do Programa IST/AIDS da Secretaria de Estado da Saúde (SES), o médico Almir Santana, destaca duas situações: o abuso das bebidas alcoólicas e a mudança do comportamento sexual.
"A ressaca ocorre devido ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas e resulta em desidratação, aumento da atividade do fígado para eliminar o excesso de álcool do sangue e alterações do sistema nervoso, devido à hipoglicemia induzida pelos altos níveis de álcool circulantes. Os principais sintomas da ressaca são: dor de cabeça forte, dor nos olhos, enjoo e vômito, mal-estar geral, dor no corpo, boca seca, falta de apetite e dor no estômago", disse.
O médico ainda alerta que o excesso de álcool no cérebro leva a efeitos psíquicos como redução da concentração, atenção, memória recente e capacidade de julgamento. Isso favorece os riscos na vida sexual e cotidiano. Segundo o profissional, a pessoa pode ficar menos seletiva com relação aos parceiros ou parceiras sexuais, perder a percepção de risco e isso aumenta a probabilidade de relação sexual sem preservativo.
"Algumas pessoas antes de beber tomam medicamentos que dizem prevenir a ressaca. Esses medicamentos não funcionam! O recomendado é a ingestão de água, pois o álcool desidrata, o repouso é fundamental, ter uma alimentação mais leve, com frutas, legumes e verduras, evitar o uso de anti-inflamatórios, que irritam a mucosa do estômago, não tomar paracetamol, pois ele pode dar toxicidade ao fígado e a ideia de beber novamente para curar a ressaca é um mito. Fazer isso só vai aumentar a intoxicação pelo álcool", explicou.