Na manhã desta sexta-feira (18), a Secretaria de Estado da Saúde (SES), através da Coordenação de Vigilância Epidemiológica, realizou o seminário “Fortalecimento da Vigilância Epidemiológica no Controle da Sífilis”, destinado aos coordenadores de Vigilância Epidemiológica dos 75 municípios sergipanos. O evento, que aconteceu no auditório do Centro Administrativo da Saúde (CAS), em alusão ao Dia Nacional da Sífilis, teve como finalidade principal a apresentação do cenário epidemiológico para a doença no estado e a atualização das informações acerca do Programa de Controle das Doenças Transmissíveis (PCDT).
Conforme informou a responsável técnica Estadual para a Sífilis, Fernanda da Silva Costa, a situação atual não é boa. O número de notificações de casos está crescendo, o que representa um grande desafio para a saúde pública. No cenário nacional, Sergipe é o estado do Nordeste com o maior número de casos de sífilis congênita e entre os 75 municípios sergipanos, destacam-se Aracaju e Nossa Senhora do Socorro com, respectivamente, 85 e 49 casos e em seguida vem Estância e São Cristóvão com 16 casos cada um. No total Sergipe tem 294 notificações neste ano de 2019.
“Para diminuir o número de casos é preciso focar num pré-natal de qualidade, ofertando para as gestantes os testes para a sífilis e, em caso positivo, tratar adequadamente, convocar o parceiro, e realizar o tratamento com a penicilina que é eficiente e impossibilita a transmissão para o bebê. Vale ressaltar que a importância do tratamento de sífilis não é apenas para a gestante, mas para o adulto de forma geral”, explicou Fernanda.
O médico infectologista da SES, Marco Aurélio, enfatizou a importância de os municípios notificarem os casos e da maneira correta. Segundo ele, o Estado capacitou as equipes de Saúde na Família para a realização do teste rápido que é para estar em todas as Unidades Básicas de Saúde à disposição da população sergipana, principalmente para as gestantes logo que iniciam o pré-natal.
“A sífilis tem cura quando o tratamento é feito adequadamente, e além da cura da mulher, há ainda o tratamento do feto, para evitar que a criança nasça com sífilis congênita que é o nosso grande alvo, eliminar a sífilis congênita. Esse evento foi importante também para partilhar a grande dificuldade que, às vezes, tem no seguimento das crianças. É preciso que a criança que nasça filha de uma mãe com sífilis seja acompanhada para ver se realmente está curada ou se tem uma infecção que precisa ser retratada”, reforçou Marcou Aurélio.
Embora a sífilis congênita seja muito comentada por trazer consequências graves para o bebê, e é uma transmissão evitável, Marco Aurélio ressalta que, se existe gestante com sífilis é porque a doença está presente na comunidade. “É uma das infecções sexualmente transmissíveis mais prevalentes, por isso, nesse novo protocolo que também apresentamos e discutimos hoje, se preconiza que as pessoas que têm vida sexual ativa, principalmente os mais jovens, menores de 30, pelo menos uma vez por ano faça o exame de sífilis. Aquelas populações que têm uma vida sexual muito ativa precisam fazer, pelo menos, duas vezes por ano”.
Para a enfermeira e coordenadora da Vigilância Epidemiológica do município de Japoatã, Joelma dos Santos, o seminário de hoje foi muito oportuno para dar continuidade ao processo formativo permanente que receberam. “Nós nos sentimos apoiadas diante das dificuldades do dia a dia na atenção básica. No meu município têm casos de sífilis. Inclusive hoje, já nesse seminário, eu tive acesso à informação de três notificações que serão discutidas com a minha equipe para vermos como melhorar nesse aspecto. Agradeço muito ao estado pelo apoio, estamos juntos nessa luta. Nossa busca e toda a nossa ação por melhorias é de forma especial pensando no melhor para a população”, concluiu.
Desde março de 2017, a Lei nº 13.430 estabeleceu que o terceiro sábado do mês de outubro seja dedicado à conscientização da população para os riscos da infecção, a fim de alertar sobre a importância do diagnóstico e do tratamento da doença que é transmitida através de relações sexuais desprotegidas e, para o bebê, no momento do parto, quando a gestante não recebeu o tratamento adequado durante o pré-natal.
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