Conviver com fibromialgia é tarefa difícil. A síndrome, que causa dores difusas em todo o corpo e que é mais comum em mulheres, costuma limitar movimentos e causar bastante desconforto. No entanto, é possível buscar diversas formas de tratamentos auxiliares, tanto para aliviar a dor física, quanto para evitar ou tratar o adoecimento emocional.

Quando se recebe um diagnóstico de fibromialgia, é comum o paciente buscar, inicialmente, um tratamento medicamentoso, com o auxílio de analgésicos e relaxantes musculares, por exemplo. No entanto, outra área bastante afetada pela fibromialgia e que também merece cuidados é a saúde mental.

“Uma pessoa que vive com fibromialgia está em fator de risco, pois ela é muito mais vulnerável a desenvolver um quadro depressivo porque essas dores e fadiga no corpo gera uma dificuldade para ela desempenhar seus papeis sociais na vida, seja profissional ou social. Estes impedimentos podem gerar cada vez mais um senso de si mesma de inadequação, de crenças negativas sobre ela mesmo, de baixa autoestima, daí ela começa a se olhar de uma forma muito negativa, de que não tem competência para lidar com as funções do dia a dia, de que não consegue atingir metas e objetivos por conta desse quadro de dor, podendo vir a desenvolver um quadro depressivo e causando prejuízos na vida profissional ou pessoal”, explica a psicóloga Camila Moura.

Aliar o tratamento medicamentoso ao acompanhamento psicológico é uma das maneiras de conseguir aceitar a doença, que não tem cura. Além disso, o profissional da psicologia auxilia o paciente a buscar recursos internos emocionais e comportamentais para lidar no enfrentamento a esse quadro de dor.

“Nessa parte comportamental, o profissional da psicologia auxilia o paciente a buscar o tratamento adequado e manter-se nele e na parte emocional, auxilia na aceitação deste quadro, a reduzir as emoções desagradáveis para ele. Quando o psicólogo trata, junto com o paciente, esses transtornos de humor ou ansiedade, já ajuda a diminuir esse nível de dor. Ao tratar essas condições psíquicas, o paciente tem mais chances de obter qualidade de vida dentro desse quadro de dor crônica”, alerta a psicóloga Camila.

“Quando perceber que seus pensamentos giram muito em torno de um desvalor em relação a ele mesmo, de que nada dá certo, de que não faz nada certo, quando começa a perceber uma desesperança na vida, ele deve procurar um psicólogo. No entanto, o paciente não precisa buscar o tratamento quando já estiver no limite, mas quando receber o diagnóstico de fibromialgia, é importante que ele já busque o acompanhamento em caráter de prevenção”, finaliza Camila.

Fisiatria

A fisiatria é uma especialidade médica dedicada à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento não cirúrgico de distúrbios associados à deficiência física, distúrbios musculoesqueléticos, de dores crônicas e agudas e que necessitem de tratamento de reabilitação. O médico fisiatra e conveniado Unimed Sergipe, Michael Melo, explica que o paciente com fibromialgia precisa de um tratamento global, por não ser somente a dor o fator necessário de tratamento.

“Muitas vezes precisamos controlar o comprometimento psicológico, alterações de peso, falta de atividades físicas e outras alterações que aparecem em conjunto. O médico fisiatra atuará com a avaliação global do paciente que tem o diagnóstico de fibromialgia, com medicamentos indicados, terapias motoras, atividades físicas recomendadas para o tratamento do paciente”, explica o médico Michael.

O fisiatra conta ainda que o paciente com fibromialgia poderá evoluir com diversas outras comorbidades no decorrer dos anos e que, quando o tratamento indicado é seguido corretamente, poderá evitar outras complicações posteriores, sendo algumas delas até cirúrgicas se não tratadas. Além disso, a fisiatria também trabalha em conjunto com outras especialidades.

“Trabalhamos de forma bem próxima das seguintes especialidades médicas: acupunturista, ortopedia, psiquiatria e neurologia. Sendo que qualquer colega quando detecta este diagnóstico tem indicação de fazer o encaminhamento para a especialidade. Estamos próximos também dos terapeutas: fisioterapeuta, psicólogo, nutricionista, condicionador físico, enfermagem, terapeuta ocupacional e as diversas técnicas inclusas em cada uma destas terapias. Desta forma é fundamental o paciente aceitar o tratamento que será possivelmente longo e com diversas abordagens necessárias”, conclui Michael.

Acupuntura

Dentre as técnicas destinadas ao tratamento da fibromialgia, a acupuntura, técnica milenar chinesa, é uma das que ajuda a aliviar os sintomas físicos, ou seja, as intensas dores e a fadiga. O médico Antônio Luiz Maciel é acupunturista conveniado Unimed e explica que o uso da acupuntura não tem nenhuma contraindicação.

“A acupuntura se soma para tratar a fibromialgia, de maneira multidisciplinar, com muita eficácia, melhorando a dor, a fadiga e a ansiedade, como mostram vários trabalhos científicos. A técnica da acupuntura é utilizada para qualquer enfermidade, seja física ou mental. Pode ser utilizada como coadjuvante para melhorar a resposta do organismo aos tratamentos médico-cirúrgicos convencionais e modernos, assim como ser uma excelente opção terapêutica, mas não a única, para muitas doenças com dores cônicas”, explica o médico especialista.

A acupuntura como tratamento auxiliar para a fibromialgia tem respaldo científico e é cada vez mais reconhecida pela comunidade médica. A técnica terapêutica pertence à medicina tradicional chinesa e é caracterizada pela aplicação de agulhar no corpo para auxiliar e intensificar o tratamento de doenças em geral e sintomas como dores. “Antes desta técnica invasiva, existe o tratamento dos pilares fundamentais que são a alimentação, o alongamento do corpo, tai chi chuan, Qi Gong e, para nós do ocidente, pilates, por exemplo”, conclui Antônio.

Fonte: Ascom Unimed Sergipe