Cuidar em casa é mais do que uma estratégia de saúde, é um gesto de humanidade que respeita histórias, vínculos e rotinas. A Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), proporciona o Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD). A medida garante que pacientes que já não precisam permanecer internados, mas ainda demandam acompanhamento especializado, recebam assistência qualificada no aconchego do próprio lar.

Somente em 2025, o Serviço de Atendimento Domiciliar realizou mais de 17 mil atendimentos em Aracaju, acompanhando, em média, 1.389 pacientes ao longo do ano. Pessoas acamadas, em cuidados paliativos, com doenças crônicas agudizadas ou em processo de reabilitação funcional puderam dar continuidade ao tratamento fora do ambiente hospitalar. Em relação a 2024, quando foram registrados 16.506 atendimentos e 1.216 pacientes assistidos, o serviço apresentou crescimento de quase 15% no número de atendimentos e aumento de 6,5% nas evoluções decorrentes das visitas domiciliares. 

O serviço é executado por equipes multiprofissionais completas, formadas por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais e cirurgião-dentista, que atuam de forma integrada conforme a necessidade de cada paciente.

De acordo com a coordenadora do serviço, Kátia Vanessa Manfrim, o SAD é uma modalidade de cuidado em saúde que permite que o tratamento iniciado no hospital continue no domicílio, com segurança e acompanhamento especializado. “O principal objetivo é a desospitalização responsável, evitando internações prolongadas e reinternações que podem ser prevenidas. Além de promover mais conforto e qualidade de vida ao paciente, o serviço contribui diretamente para a otimização dos leitos hospitalares”, afirmou. 

O acesso ao SAD ocorre exclusivamente por meio de encaminhamento da rede pública de saúde, como hospitais, Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e Unidades Básicas de Saúde (UBS). Após a solicitação, a equipe realiza uma avaliação multiprofissional que considera critérios clínicos, sociais e as condições do domicílio. Apenas pacientes com estabilidade clínica e perfil compatível com o programa são incluídos, reforçando que o serviço não substitui a internação hospitalar.

A coordenadora também ressalta que é fundamental diferenciar o SAD do home care. “O SAD não é um atendimento 24 horas. Ele funciona por meio de visitas programadas, com uma escala semanal definida conforme a necessidade do paciente. A família e o cuidador são orientados e capacitados para dar continuidade aos cuidados no dia a dia”, esclarece. Em casos de intercorrências clínicas, a orientação é acionar a rede de urgência e emergência do SUS.

Mais do que procedimentos, o Serviço de Atendimento Domiciliar leva humanização ao cuidado em saúde. Ao entrar na casa do paciente, a equipe passa a considerar não apenas a doença, mas o contexto familiar, social e emocional de cada pessoa. “Estar em casa, próximo da família e em um ambiente conhecido, fortalece vínculos e contribui para uma recuperação mais segura e, muitas vezes, mais rápida”, concluiu a coordenadora.

O contato próximo também amplia o papel da família no processo de cuidado, promovendo corresponsabilização e maior adesão ao plano terapêutico. A escuta atenta, o respeito à autonomia e a atenção integral garantem um acompanhamento mais próximo e resolutivo, alinhado às necessidades reais de cada paciente no ambiente domiciliar.